Logo Exame.com
Empresas

Santander se anima com apetite árabe e recomenda compra de Braskem

Interesse pela fatia da Novonor deve aumentar otimismo, em meio ao valuation descontado e riscos menores em Alagoas, aponta o banco; ações sobem 12%

 (Germano Luders/Exame)
(Germano Luders/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

20 de março de 2024 às 14:59

A disputa pela Braskem animou a equipe do Santander. O banco elevou a recomendação do papel de neutra para compra e o preço-alvo de R$ 22,50 para R$ 27.

Com o papel descontado em relação aos múltiplos históricos, a expectativa de melhora de resultados neste ano, associado ao fluxo de notícias mais estabilizado em relação ao desastre de Alagoas, reforçam o cenário mais otimista, apontam os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz.

Além disso, as notícias sobre o interesse da Petrochemical Industries Corporation (PIC), do Kuwait pela fatia da Novonor na empresa, que está à venda, devem trazer momentum para o papel – podendo inclusive adiantar uma oferta da Adnoc, que já estava avaliando o ativo, ressalta o banco.

Hoje, a Braskem está na maior alta do Ibovespa, com alta de 12%, para R$ 25, por volta das 14h30.

“Embora nosso Ebitda estimado para 2024, de cerca de US$1,3 bilhão, esteja amplamente alinhado com o consenso, acreditamos que o mercado estará cada vez mais focado nas notícias relacionadas a fusões e aquisições em vez dos fundamentos, o que respalda nossa visão renovada e mais otimista sobre a ação”, argumentam.

Em Alagoas, onde a empresa tem de lidar com os impactos ambientais da exploração de sal-gema, os riscos estão mais controlados, diz o Santander.

“Acreditamos que novidades adicionais sobre o evento geológico em Alagoas provavelmente serão limitadas nos próximos meses, especialmente após o aumento de R$1 bilhão nas provisões no quarto trimestre, que inclui o problema geológico com a cavidade número 18.”

Como resultado de uma situação mais estável em Alagoas, a Braskem retomou suas atividades planejadas no Estado, o que inclui o preenchimento de cavidades, monitoramento do solo e realocação de moradores.

Segundo os analistas, mesmo positiva, a tese de investimento não é “excessivamente otimista” em meio ao valuation, que comporta desaforo. O papel vem sendo negociado com forte desconto quando comparado ao patamar histórico.

Na cotação de ontem à noite, a ação era negociada a 7,9x EV/Ebitda para 2024 e 4,1x EV/Ebitda para 2025. O histórico é de 8x a 9x durante os ciclos de baixa.

LEIA TAMBÉM:

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado