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Investimentos de empresas

Unipar capta R$ 673 milhões com BNDES para modernização de Cubatão

Linha de financiamento, via modalidades verdes, vai reduzir o custo da dívida para CDI + 0,65% e alongar prazo em quase dois anos

Fábrica de Cubatão, da Unipar: Modernização deve reduzir consumo de energia em 18% e 70 mil toneladas de CO2 (Unipar/Divulgação)
Fábrica de Cubatão, da Unipar: Modernização deve reduzir consumo de energia em 18% e 70 mil toneladas de CO2 (Unipar/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 21:49.

Líder na produção de cloro e soda e segunda maior produtora de PVC da América Latina, a Unipar acaba de anunciar que assegurou R$ 672,9 milhões em crédito do BNDES para modernização da sua unidade de Cubatão – conseguindo capital a custo baixo para tocar um dos maiores ciclos de investimento de sua história.

Com isso, a companhia conseguir fechar todo o financiamento para o projeto, que vai demandar ao todo US$ 200 milhões.

O financiamento veio de duas linhas verdes do banco de desenvolvimento. Serão R$ 400 milhões via Fundo Clima, na sua modalidade Indústria Verde, com prazo de 16 anos e taxas de juros anuais de 7,53%.

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Os outros R$ 272,9 milhões vêm da linha Finem – Meio Ambiente, com prazo de 20 anos e juros de TLP + 1,1% anuais. Em ambos os casos, os pagamentos começam apenas em junho de 2026, seis meses depois da conclusão estimada do projeto.

Com o desembolso integral dos novos financiamentos, a estimativa é que o custo médio de financiamento da Unipar seja reduzido de CDI + 1,51% ao ano para CDI + 0,65%. O prazo médio da dívida da companhia passará de 4,4 anos para cerca de 6,5 anos.

“As linhas competitivas melhoram o perfil da dívida unindo impactos positivos ambientais, alongamento de prazo e redução de custo”, disse o CFO Alexandre Jerussalmy.

Em setembro, a Unipar já tinha concluído uma captação de R$ 750 milhões em debêntures, com taxas bastante atrativas, de CDI + 0,85% na tranche de cinco anos e 1,65% na mais longa, de dez.

Mesmo num ciclo intensivo em capital, a companhia, forte geradora de caixa, segue com endividamento controlado, na casa de 0,7 vezes seu EBITDA. O balanço mais folgado e o custo de captação dão mais conforto para a estratégia de crescimento, que deve passar pela via do M&A.

Há dois anos, a companhia vem sinalizando ao mercado que quer crescer, seja no Brasil ou exterior, com uma possível diversificação para além do cloro e do PVC.

O próximo vencimento de principal relevante da companhia acontecerá apenas em 2027.

O projeto de Cubatão

A modernização da planta de Cubatão inclui a produção de ácido clorídrico utilizando hidrogênio verde, feito a partir de energia renovável. Cerca de 80% dessa energia vem se autoprodução, com parques eólicos e solares feitos em parceria com empresas especialistas no setor.

A Unipar substituirá ainda as tecnologias de mercúrio e diafragma, este último muito intensivo em energia, por uso exclusivo de membrana na produção de cloro e soda.

“O Brasil tem grande potencial para liderar o processo de transição energética no mundo e o Fundo Clima é um importante instrumento para essa finalidade”, disse em nota o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante.

O projeto aprovado pelo BNDES contempla a implementação de uma tecnologia que vai promover a redução no consumo de energia e, sobretudo, contribuirá com a redução na emissão de mais de 70 mil toneladas de CO2 por ano.

Segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, “a modernização no processo de produção da unidade da Unipar está alinhada à política industrial do governo federal, que atua para promover a descarbonização na indústria e a transição para uma economia mais verde”.

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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