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NTS, de gasodutos, fará mega emissão de R$ 8 bilhões em debêntures

Operação é uma das maiores já lançadas no mercado de capitais brasileiro; empresa transporta mais de 50% do gás consumido no Brasil

NTS: Empresa tem plano de investimento robusto, de R$ 12 bilhões entre 2022 e 2030 (NTS/Divulgação)
NTS: Empresa tem plano de investimento robusto, de R$ 12 bilhões entre 2022 e 2030 (NTS/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 07:03.

A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), rede de gasodutos pela qual passa metade do gás natural consumido no país, lançou esta semana uma mega emissão de debêntures, de R$ 8 bilhões, uma das maiores da história do mercado brasileiro. A precificação deve acontecer logo depois do Carnaval.

A ser emitida em três tranches, com vencimento em cinco, sete e dez anos, a emissão supera a da Eletrobras, de R$ 7 bilhões, feita em agosto do ano passado, numa época em que o mercado de dívida ainda se recuperava após os sustos com Americanas e Light no começo de 2023.

Vendida em 2017 como parte do programa de desinvestimentos da Petrobras, a NTS pertence a um consórcio liderado pela Brookfield e que incluiu os fundos CIC, da China; GIC, de Cingapura; e British Columbia, do Canadá. O consórcio tem 91,5% da empresa; os 8,5% restantes estão com a Itaúsa.

Sua malha de gasodutos está no coração industrial do Brasil, ligando os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo ao gasoduto Bolívia-Brasil, ao gasoduto da TAG, aos terminais de GNL e plantas de processamento de gás. Em 2022, a companhia faturou R$ 6,8 bilhões e nos nove primeiros meses de 2023, R$ 5,5 bilhões – 9,4% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Com geração de caixa forte e previsível por conta de seus contatos de take or pay e endividamento baixo como proporção do EBITDA, a NTS tem um rating triple A – e não deve ter dificuldade para levantar o montante, aponta uma fonte que está acompanhando a transação.

Os juros indicativos são de fazer inveja, com spreads magros em relação ao CDI: de 1,20% para a tranche de cinco anos; 1,40% para a de sete anos; e de 1,70% para a de dez. “O mercado está muito aberto para emissões de high grade e a NTS já é um emissor conhecido no mercado”, diz o interlocutor. Essa é a sexta emissão de debêntures da companhia – e, de longe, a maior. Hoje, a NTS tem R$ 11 bilhões em dívida líquida.

A operação é estruturada. As debêntures vão ser investidas num fundo exclusivo, que vai comprar R$ 8,6 bilhões em notas a serem emitidas pelos acionistas da NTS. Essas notas têm uma cláusula que requer que os dividendos recebidos pelos acionistas sejam usados para pagar o serviço da dívida dentro do mesmo ano fiscal. Ao longo dos últimos três anos, a NTS distribuiu um total de R$ 8,6 bilhões em dividendos, aponta a Fitch.

Segundo a escritura, os recursos devem ser utilizado para “propósitos corporativos gerais”. A NTS tem um plano de investimento robusto previsto para os próximos anos. O horizonte 2022-2030 prevê um capex de R$ 12 bilhões principalmente para monetizar o gás do pré-sal e estocar gás natural liquefeito (GNL) – uma resposta à diminuição da oferta de gás que vem da Bolívia e do Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos.

A oferta é coordenada por Itaú BBA (líder), Bradesco BBI,  BTG Pactual e Santander.

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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