Marte, Twitter e 500 filhos: o jantar mexicano de Musk com o FT
Dono da Tesla jantou com editor de jornal britânico enquanto seu filho X tirava uma soneca no banco de trás do carro
Publicado em 8 de outubro de 2022 às 10:54.
As refeições do Financial Times com grandes personalidades dos negócios e da política são uma tradição do jornalismo de negócios copiada mundo afora. Neste sábado, o jornal britânico publicou uma entrevista com Elon Musk, dono de uma fortuna de 232 bilhões de dólares, feita durante um jantar no restaurante mexicano Fonda San Miguel, em Austin, no Texas. É uma rara oportunidade de mergulhar nos pensamentos do mais rico e talvez mais influente empresário do mundo.
Roula Khalaf, o editor designado para a missão, foi ao restaurante junto com Musk, no banco de trás de um Tesla enquanto X, filho de Musk, tira um cochilo após uma mamadeira. Mesmo Musk tem seus momentos de normalidade. Outro sinal de normalidade: o empresário que acredita ter "uma grande chance de morrer um dia", pediu uma margarita durante o jantar.
Na conversa, Musk afirma que acelerou o advento de energias sustentáveis em "10, talvez 20 anos" com a Tesla. Uma de suas empreitadas, a Starship, também acelerou a indústria espacial. E Musk afirma que ele mesmo pode vir a ser protagonista de uma colônia em Marte, especialmente se "estiver mais velho". O empresário sul-africano tem hoje 51 anos, e está em dieta: pulou o almoço para focar no jantar em seu restaurante preferido.
O jornalista pergunta porque Musk se envolve em jogos no Twitter, rede social que ele deve acabar comprando por 44 bilhões de dólares. "Eu me faço de bobo no Twitter e geralmente dou tiros no pé que me causam todo tipo de problema... Nâo sei, eu acho vagamente terapêutico me expressar no Twitter", afirmou, para depois afirmar que deve ser um "masoquista" por querer comprar a rede social.
Musk também desfez rumores. Disse que é mentira que ele tenha comprado uma clínica de fertilidade para produzir seus próprios bebês. Alguns amigos, conta, sugeriram a ele ter 500 crianças, mas ele achou a ideia "um pouco esquisita". Sobre a vida eterna, Musk diz que a morte também tem seu papel. "É importante que as pessoas morram. Quanto você gostaria que Stalin tivesse vivido?".
Sobre política, Musk reconhece ter questões em aberto com a China. A Tesla tem uma fábrica em Xangai que responde por 30% de sua produção e que, num futuro, admite Musk, pode ter que fornecer apenas para o mercado local. Musk deu apoio logístico ao governo ucraniano num movimento que, segundo ele, certamente não foi bem visto pelos chineses. Um potencial conflito em Taiwan também deve ampliar os dilemas do empresário que terminou o jantar com o FT e foi correndo para novas reuniões -- a bordo de seu Tesla sem motorista, e com X no banco de trás.
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