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Tecnologia

Elon Musk processa OpenAI e Sam Altman por relação com Microsoft

Co-fundador da dona do ChatGPT, Musk alega que parceria da Microsoft vai contra compromisso original de inteligência artifical que beneficia toda a humanidade

 (Jordan Vonderhaar/Bloomberg/Getty Images)
(Jordan Vonderhaar/Bloomberg/Getty Images)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 1 de março de 2024 às 10:47.

Última atualização em 1 de março de 2024 às 14:29.

A disputa entre titãs da indústria de tecnologia sobre o futuro da inteligência artificial chegou aos tribunais.

Elon Musk está processando a OpenAI e seu CEO, Sam Altman, alegando que eles quebraram o acordo fundador da empresa ao se associar à Microsoft e dar prioridade ao lucro em detrimento dos “benefícios para a humanidade”.

É uma ação marcada por superlativos: Musk é  segundo homem mais rico do mundo, num processo que envolve a empresa mais valiosa do globo (a Microsoft) e Altman, um dos principais nomes do Vale do Silício.

Por que Elon Musk está contra a OpenAI? Três fatores para entender o processo

“A OpenAI foi transformada em uma subsidiária de código fechado da maior empresa de tecnologia do mundo: a Microsoft”, diz a ação judicial, apresentada ontem na Justiça de São Francisco.

“Sob sua nova direção, ela não está apenas desenvolvendo, mas realmente aprimorando uma [inteligência artificial geral] para maximizar os lucros da Microsoft, em vez de para o benefício da humanidade."

Conhecido tanto pelo brilhantismo quanto pelo apego a polêmicas, Musk foi um dos fundadores da fabricante do ChatGPT em 2015, ao lado de Altman e Greg Brockman. No processo, ele diz que doou US$ 44 milhões para a companhia.

O fundador da Tesla deixou o conselho da OpenAI em 2018 depois de desentendimentos com Altman sobre a direção que as pesquisas deveriam seguir. Um ano depois, o grupo estabeleceu um braço com fins lucrativos, no qual a Microsoft investiu cerca de US$ 13 bilhões.

A relação próxima com a Microsoft quebra, segundo Musk, o compromisso original da OpenAI com a inteligência artificial público e o código aberto.

Quais são as acusações

As acusações de Musk são de quebra de contrato, violação do dever fiduciário e práticas comerciais desleais contra a OpenAI e os dois co-fundadores.

Na ação, ele pede uma liminar obrigando a OpenAI a tornar toda a sua pesquisa e tecnologia abertas ao público, e que a empresa e Altman sejam obrigados a renunciar a todo o dinheiro recebido como resultado das práticas que chama de ‘ilegais’.

O processo judicial se soma a uma série de turbulências enfrentadas pela OpenAI por conta da sua governança ambígua, que inclui um braço com fins lucrativos debaixo de uma empresa sem fins lucrativos -- que incluem a demissão de Altman pelo conselho, seguido por seu retorno, apoiado pelos investidores financeiros.

Nesta semana, o The Wall Street Journal reportou que a SEC, xerife do mercado de capitais americano, está investigando se Altman se alguma forma enganou os investidores da companhia.

A aliança entre a OpenAI e a Microsoft está sendo avaliada por vários órgãos reguladores nos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. O presidente da Microsoft, Brad Smith, disse ao Financial Times esta semana que as companhias são “parceiros muito importantes”, mas que a Microsoft “não controla a OpenAI”.

Musk vem alertando  há anos que a inteligência artificial mal construída pode ter consequência catastróficas para a humanidade.

No ano passado, o fundador da Tesla e da SpaceX criou uma nova empresa de IA chamada X.AI, com o objetivo de construir um concorrente para a OpenAI – e vem usou a companhia, inclusive, como parte da barganha para tentar destravar um pacote de remuneração questionado pela Justiça na Tesla (sem sucesso).

Duas semanas após a incorporação da X.AI, Musk assinou uma carta aberta pedindo uma pausa de seis meses no desenvolvimento de modelos de IA para permitir que reguladores e empresas avaliassem os riscos.

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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