Logo Exame.com
Ações

Citi vê Natura&Co menos complexa e passa a recomendar compra

Venda da Aesop e The Body Shop trouxe reforço de caixa e permitiu a companhia a focar na integração de Natura e Avon, que devem melhorar margens

Natura &Co: caixa livre, menor complexidade e potencial de uma gestão mais eficiente, acredita o Citi. (Leandro Fonseca/Exame) (Leandro Fonseca/Exame)
Natura &Co: caixa livre, menor complexidade e potencial de uma gestão mais eficiente, acredita o Citi. (Leandro Fonseca/Exame) (Leandro Fonseca/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 12:23.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2024 às 16:58.

O Citi passou a dar compra para Natura& Co, elevando sua recomendação anterior que era neutra. A venda de Aesop e The Body Shop, diz o banco, deixou a empresa com uma posição de caixa de R$ 700 milhões e reduziu a complexidade dos negócios, o que vai permitir a direção da companhia começar o ano colocando todos seus esforços na integração das operações de Natura e Avon – e coloca a distribuição de dividendos de volta no horizonte.

Mesmo vendo desafios de execução, o banco acredita que é preciso dar o benefício da dúvida para a gestão da companhia na capacidade de convergir a margem das operações na América Latina para algo em torno de 16%.

O banco acredita que, ao ajustar a base de representantes, a empresa consegue melhorar a rentabilidade da Avon, cuja margem Ebitda foi de -3,7% em 2022. “Isto acontecerá naturalmente quando a empresa integrar os consultores de ambas as marcas, aumentando o pedido mínimo e aumentando a produtividade global”, escreve o analista de varejo João Pedro Soares. Essa confiança de sucesso me toda a América Latina se deve ao desempenho observado no Peru e na Colômbia.

A direção da Natura está trabalhando na combinação de canais – com a integração de todas as representantes em uma base única – e na otimização do portfólio (redução de 14% dos itens da Natura e 32% do catálogo da Avon), mas também planeja criar um sistema mais simplificado de estrutura.

Isso significa um time mais enxuto na administração, menos sistemas operacionais e de TI, e uma logística integrada para as duas marcas. Essa somatória deverá “aumentar a portabilidade e naturalmente reduzir a diferença de margem entre as operações da Avon e da Natura.”

O segundo pilar da tese do Citi é o potencial de geração de caixa da empresa. O banco estima que a operação combinada tenha um ciclo de caixa eficiente de 186 dias de fornecedores, 38 dias de contas a receber e 132 dias de estoque.

“Assim que a empresa expandir sua margem Ebitda por meio da integração e reduzir seus custos de transformação, veremos o fluxo de caixa livre subindo para R$ 1,6 bilhão em 2025 e R$ 2,3 bilhões em 2026. Isso implica um rendimento de fluxo de caixa de 7% para 2025 e 10% para 2026.” Com o excesso de caixa resultante, a empresa deve retomar o pagamento de dividendos, o que deve ficar em um índice de distribuição em 30% a partir de 2025 e aumentar para 50% já em 2027.

Considerando o fluxo de caixa e a expansão da margem, o Citi prevê um crescimento composto anualizado de lucro de 40% de 2024 a 2027. Nesse contexto, as ações da Natura estariam baratas na comparação com outras grandes empresas de beleza e higiene pessoal.

O Citi elevou o preço-alvo de R$ 15 para R$ 21, um potencial de valorização de 32% sobre o fechamento de segunda-feira. Hoje, com o corte da Selic no radar do mercado, as ações da Natura &Co sobem mais de 4%, em conjunto com outros papéis de varejo e consumo, para R$ 16,09.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
A vida após Rony Meisler: Os planos do novo CEO da Reserva

A vida após Rony Meisler: Os planos do novo CEO da Reserva

O alerta de Jamie Dimon: a Terceira Guerra Mundial já começou

O alerta de Jamie Dimon: a Terceira Guerra Mundial já começou