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Cisne roxo? Nubank lança NuCel e quer revolucionar experiência da telefonia

Banco lança planos competitivos em parceria com a Claro e vê espaço para transformar experiência

Nubank: banco anunciou hoje seus planos para o setor de telecom, com o NuCel (Nubank/Divulgação)
Nubank: banco anunciou hoje seus planos para o setor de telecom, com o NuCel (Nubank/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 29 de outubro de 2024 às 11:50.

Na sua primeira incursão mais agressiva fora do setor financeiro, o Nubank anunciou hoje seus planos para o setor de telecom, com o NuCel – no que pode ser uma mudança relevante para um segmento que finalmente vinha enfrentando um ambiente de preços mais racional, após a saída da Oi do mercado.

Com pacotes de R$ 45 a R$ 75 por mês para planos de 15GB a 35GB, o roxinho vem com uma oferta competitiva em comparação às disponíveis no mercado e uma ativação que vai dar 120% do CDI em rendimento para aplicações até R$ 10 mil para quem se tornar cliente.

Mais do que o preço, no entanto, o que o Nubank quer é transportar sua experiência no setor financeiro para o de telecom, que encontra fricções parecidas com a dos bancos tradicionais.

“Os principais pontos de dor do brasileiro em telecom estão relacionados à falta de transparência e complexidade no uso do produto”, afirma Livia Chanes, CEO do Nubank Brasil. “E esses são pontos que o Nubank sabe resolver bem, trazendo essa camada de leveza pra a telecomunicação, assim como fizemos com a indústria financeira há alguns anos.”

Segundo dados do Nubank, hoje 60 milhões de brasileiros trocam de operadora todos os anos, denotando o tamanho da oportunidade.

O Nubank está atuando no setor em parceria com a Claro, no modelo de MVNO, ou operadora virtual, em que há o uso de infraestrutura da empresa de telecomunicações.

Nesse modelo, normalmente as MVNOs alugam a infra da operadora – o que, em muitos casos, se traduziu em preços pouco competitivos, fazendo com que a iniciativa não escalasse.

Mas, no caso do Nubank, foi feito um modelo de compartilhamento de receitas, que alinhou melhor os interesses entre o banco e a Claro.

“O que posso dizer é que tem um alinhamento muito grande com a Claro”, afirmou Paulo Barbosa, gerente-geral do NuCel, sem abrir os valores específicos na parceria.

Com passagem pelo GIC, do fundo soberano de Cingapura, onde liderou o investimento no Nubank, ele já estava no banco há pouco mais de três anos, à frente das iniciativas de M&A e novos negócios.

“Entramos com um poder de distribuição muito grande, que é o cross-sell com nossos mais de 100 milhões de clientes’, afirma Chanes.

No melhor estilo Nubank, a experiência será integralmente digital. O cliente poderá assinar os planos diretamente pelo aplicativo, que fica disponível em até duas horas.

Há opções como recarga automática quando o plano acaba, para evitar problemas comuns em planos como controle e pré-pago, em que o cliente fica sem dados num momento em que precisa e tem dificuldade de renovar. Um pacote de 2 GB sai por R$ 10.

O atendimento ao cliente também será feito pelo Nubank – na expectativa de evitar um dos principais problemas relatados pelos usuários de operadoras de telefonia, que é a dificuldade de resolver os problemas na central.

Em maio, quando se tornou pública a informação da parceria entre Claro e Nubank, a XP soltou um relatório afirmando que esse poderia ser um “cisne roxo” para o setor de telecom e com a expectativa de que o Nu poderia atingir uma participação de até 7% de market share na telefonia móvel em até três anos.

O Bradesco BBI foi mais cético à época, apontando uma experiência frustrada da Porto Seguro e a dificuldade das MVNOs em ter preços competitivos – o que já parece ter sido descartado.

“O plano de entrada está abaixo dos praticados pelas três incumbentes e os usuários de controle e pré-pago são muito sensíveis a preço”, afirmou o analista Cadu Sequeira, do BTG (do mesmo grupo de controle da Exame) em relatório.

“Obviamente, é muito cedo para dizer mas o ambiente competitivo mais racional está num equilíbrio frágil e Vivo e Tim, principalmente, devem reagir negativamente”. (Às 11h40, os papéis das empresas operavam no zero a zero.)

O Nubank vai fazer uma entrada gradual, liberando a funcionalidade paulatinamente para seus clientes. Num primeiro momento, o NuCel vai estar disponível apenas para usuários do eSim, relativamente novo, disponível para aparelhos mais recentes.

“Mas já há dezenas de milhões de usuários com essa tecnologia, não são apenas os usuários de alta renda”, disse Chanes. O plano logo estará disponível também para os chips comuns.

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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