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Mercado Livre tem mais um trimestre forte e lucro bate recorde em 2023

Última linha do balanço da varejista online saltou 156% no ano, chegando a US$ 1,2 bilhão; no Brasil, receita cresceu 46% no quarto trimestre

Mercado Livre: companhia fez investimentos em marketing, entrando como patrocinador do BBB, e especialmente de tecnologia (Mercado Livre/Divulgação)
Mercado Livre: companhia fez investimentos em marketing, entrando como patrocinador do BBB, e especialmente de tecnologia (Mercado Livre/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

22 de fevereiro de 2024 às 19:10

O quarto trimestre coroou um ano de desempenho espetacular para o Mercado Livre – um ritmo de crescimento que, verdade seja dita, vem se repetindo nos últimos anos, especialmente quando o e-commerce tomou uma injeção de ânimo dos novos hábitos pós-pandemia. Em 2023, o lucro líquido saltou 156% e chegou a US$ 1,2 bilhão, um recorde.  

Juntando as operações de varejo e de sua fintech, a Mercado Pago, a receita do Mercado Livre cresceu 37% em 2023, para US$ 14, bilhões, puxada especialmente pelo quarto trimestre, quando a companhia fez o melhor resultado de Black Friday de sua história. De outubro a dezembro a receita cresceu 42%, para US$ 4,3 bilhões. No Brasil, a receita do quarto trimestre cresceu 46%. 

“Estamos crescemos nossa margem, fomos muito bem tanto no varejo quanto na fintech”, observa o diretor de relações com investidores do Meli, Richard Cathcart. O que agrada, diz o diretor, é que o crescimento de margem vem mesmo com investimentos robustos no negócio. No ano, a linha de custo subiu quase dois terços com aposta maior na ampliação das equipes de tecnologia, que ganharam cerca de 2 mil postos a mais em 2023.  

“Não tem bala de prata, mas o que sentimos é que temos visto um efeito poderoso do acúmulo de anos de investimento em tecnologia”, argumenta Cathcart. Segundo ele, os novos aportes para 2024 devem ser divulgados até o começo de março, superando o montante US$ 509 milhões do ano passado. Os investimentos devem ser destinados à contratação de mais desenvolvedores e a expansão e melhorias na malha logística.  

O Mercado Pago, braço financeiro do grupo, tem sido uma das alavancas de crescimento do negócio. O volume total de pagamentos cresceu 48%, para US$ 183 milhões, e o volume total de transações aumentou 73%, com a base de usuários aumentando 6,1%, para 69 milhões. A receita subiu 33%, para US$ 6,3 bilhões. Um dos mercados de maior crescimento tem sido o México, com um sistema financeiro ainda incipiente e que além do Mercado Pago vem atraindo a atenção de outros bancos digitais como o Nubank e a operação digital do Bradesco.  

Ainda assim, o e-commerce segue como uma fonte muito relevante na receita do grupo argentino, especialmente pelos mercados brasileiro e mexicano. A receita cresceu 41,2% no ano, para US$ 8,2 bilhões no ano. As vendas brutas (GMV na sigla em inglês) cresceram 30%, para US$ 44,8 bilhões.  

No Brasil, principal mercado, o crescimento do quarto trimestre foi de 31% nas vendas. E para o diretor, mesmo em posição de liderança do comércio online e novos ganhos de participação de mercado, ainda há espaço onde crescer. “Ainda temos muita oportunidade de aumentar a frequência de compra dos usuários existentes, aumentar as categorias que compra”, diz ele.  

Segundo ele, ainda há espaço a se ampliar em categorias de penetração ainda baixa do e-commerce, como o segmento de moda. Um dos projetos do Meli no país tem sido trazer para o ecossistema marcas relevantes, mas também o varejo que tem pouca tradição física. O grupo tem feito, por exemplo, parceria com lojas do Brás, bairro de comércio popular.  

Junto da forte tração do varejo, o Meli tem conseguido impulsionar outras fontes importantes de receita, como a área de Ads, ainda recente. Com 50 mil novos sellers anunciantes, a companhia viu um aumento de 70% da receita dessa operação, com a penetração passando de 1,3% para 1,6% do GMV do e-commerce em 2023.  

Em um ano, as ações do Mercado Livre, negociadas na Nasdaq, acumulam alta de 60%, para US$ 1.817,98.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado