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Inter tem novo CEO no Brasil; João Vitor Menin segue CEO global

Reestruturação reforça ambição internacional do banco; Alexandre Riccio, no banco desde a fundação, assume operação brasileira

Inter: criação do cargo de CEO para o Brasil reforça ambição internacional (Inter/Divulgação)
Inter: criação do cargo de CEO para o Brasil reforça ambição internacional (Inter/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

10 de julho de 2024 às 18:40

Numa reestruturação que reforça suas ambições internacionais, o Inter &Co está criando o cargo de CEO para o Brasil, enquanto o atual diretor-presidente, João Vitor Menin, seguirá com a cadeira de CEO global, baseado em Miami.  

No banco desde 2013, o atual vice-presidente de retail banking Alexandre Riccio vai assumir a operação brasileira – cargo que, na prática, já vinha exercendo há algum tempo, diz Menin.  

“Riccio e eu trabalhamos juntos desde o começo e nos conhecemos desde a época de faculdade de engenharia civil na UFMG”, conta o fundador.  

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“É alguém que conhece profundamente o Inter e tem aquela que é nossa característica principal, que é a ambidestria necessária para tocar um banco, uma operação regulada, e o olhar para produto, tecnologia e inovação”. 

Sua principal missão expandir a carteira de clientes e continuar destravando a alavancagem operacional do neobank, melhorando a rentabilidade a partir da sua estrutura enxuta de custos.  

O plano foi batizado de 60/30/30, resumindo as metas para 2027: chegar a 60 milhões de clientes, com taxas de 30% tanto para o índice de eficiência (que marca o tanto de receitas que são consumidas por despesas operacionais) e retorno sobre patrimônio de 30%.      

Recebido com certo ceticismo quanto foi lançado há cerca de um ano e meio, o plano vem se traduzindo em resultados, com melhora acima do esperado em todos os indicadores, especialmente nos últimos dois trimestres.  

Ao fim do primeiro trimestre, o Inter tinha 31 milhões de clientes, ROE de 9,7% e índice de eficiência de 47,7%. No ano, as ações do banco sobem 93% na Nasdaq. 

“Muitos investidores perguntam se vamos antecipar as metas. Não vamos, o que vamos é entregar, sempre, no maior ritmo possível”, afirma Riccio.  

O executivo começou no Inter como superintendente, quando o plano de criar um banco digital a partir do Intermedium ainda era praticamente uma ideia no papel.  

Com passagens pela operação da Gerdau nos Estados Unidos e pelo Boston Consulting Group, desde seu início no banco, o executivo atuou mais na parte de estruturação, nas áreas de tecnologia, operações, tesouraria e compliance.  

Desde 2022, está como vice-presidente de banking onde também assumiu um papel mais comercial, tocando mais a parte de vendas.  

“Eu e o João Vitor vamos seguir trabalhando juntos, agora numa estrutura que permite liberar tempo e foco para estratégia e para a expansão internacional”, diz.  

No Brasil... e além 

Menin – que já tem passado três semanas do mês no escritório de Miami – quer reforçar sua atenção para a conta global. Hoje, dos 32 milhões de clientes do Inter, cerca de 10% já são clientes do produto.  

Boa parte deles são de brasileiros que moram fora do país e usam a plataforma para fazer suas operações em dólar. “Nós chamamos de conta global, mas na verdade é muito mais que isso, é um superapp. Ela tem praticamente tudo que o superapp do Inter tem, com exceção de seguros e estamos trabalhando nisso”, afirma.  

Hoje, o banco oferece conta digital, shopping online com uma plataforma de cashback, além de plataforma de investimentos e câmbio.  

“O Uber é uma plataforma global para mobilidade e não tem nada desse tipo para banking no mundo. Nosso superapp tem potencial para ser uma solução não só para os Estados Unidos, mas para usuários de qualquer outro país que queiram transacionar em dólar”, diz.  

Além do posicionamento internacional, Menin também tem um olhar importante de produto. “Brinco que sou meio ‘chief product officer’, sempre olhando o que tem de inovação e experiência para o cliente”, diz.  

No seu chapéu de tecnologia, ele diz acompanhar as tendências, mas que não vê nenhuma bala de prata.  

“Não vou te dizer aqui que o que mais toma meu tempo é inteligência artificial. Claro que é IA é importante, mas tecnologia é meio e não fim. A minha obsessão é em UX (experiência do cliente) e como o Inter e o app podem ser tornar cada vez melhores para ganhar a principalidade do cliente”, aponta.  

Como bom mineiro, ele ilustra a transição com um causo:  

“Lembro que, em 2016, eu e o Xande [apelido para Alexandre] viemos para São Paulo para fazer apresentações para a Visa e Master para tentar emitir cartões com eles. Ele virou a noite fazendo um business plan em que mirávamos ter 100 mil clientes em 2020. Passaram-se quatro anos e tínhamos mais de 3 milhões de clientes, abríamos 100 mil contas por semana e não no ano. Foi uma parceria que sempre deu certo e tenho certeza de que vai continuar sendo assim.” 

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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