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Balanços

Inter tem lucro e margem financeira recordes; ROE chega a 12%

Resultado em linha com o consenso teve queda da inadimplência e aumento no ritmo de atração de clientes ativos

Inter: Carteira de crédito avançou 7% no trimestre contra o anterior, com queda na inadimplência (Inter/Divulgação)
Inter: Carteira de crédito avançou 7% no trimestre contra o anterior, com queda na inadimplência (Inter/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 08:41.

Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 08:48.

O Inter encerrou o terceiro trimestre com lucro de R$ 260 milhões, mais que o dobro do mesmo período do ano passado e com alta de 17% na comparação trimestral, superando levemente o consenso de mercado que apontava para R$ 250 milhões.

Num trimestre de margem financeira líquida recorde, o retorno sobre patrimônio (ROE) avançou mais 1,5 ponto percentual, se consolidando na faixa dos dígitos, em 11,9% -- num progresso em relação à meta ambiciosa de levar o indicador a 30% até 2027.

A carteira de clientes também aumentou, chegando a 34,9 milhões, dos quais 19,5 milhões ativos, uma adição de 1,1 milhão de novos clientes em relação ao trimestre anterior.

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“É uma aceleração em relação ao patamar de 1 milhão que vínhamos registrando, e num mercado hoje bem mais saturado”, afirma o CFO Santiago Stel. O percentual de clientes ativos saiu de 55,3% para 55,9%. A meta do banco é chegar a um total de 60 milhões de clientes nos próximos três anos.

No segundo trimestre, a carteira de crédito do Inter aumentou 35% na comparação anual e 7% na sequencial, chegando a R$ 38,1 bilhões. A receita líquida com juros subiu 32% na comparação anual, para R$ 1,7 bilhão, com margem líquida de 9,6%, 0,4 ponto percentual acima do último trimestre.

Considerando a margem líquida sem o cartão de crédito à vista, o indicador ficou em 8,1%, patamar recorde.

Na carteira de crédito, o avanço veio tanto nas carteiras mais colateralizadas, como home equity e FGTS – o core do Inter – e que avançaram cerca de 10% ano a ano, quanto em modalidades de maior rentabilidade (e risco) como o cartão de crédito, além das novas apostas em PIX finance e buy now pay later.

No trimestre, a inadimplência continuou cedendo: os atrasos acima de 90 dias caíram 0,2 p.p., para 4,5%, enquanto aqueles entre 15 e 90 dias cederam 0,3 p.p., para 3,6%. O número reflete em grande parte a melhora na qualidade de crédito, especialmente nos cartões, que tiveram um pico de inadimplência no ano passado.

“Acertamos o passo e a qualidade do crédito vem melhorando safra a safra”, diz.

A carteira de PIX finance subiu 50% em relação ao trimestre anterior, chegando a R$ 500 milhões. Ainda pequena, essa é uma das apostas do banco, que vem implementando a modalidade desde o começo do ano e começou a escalá-la em junho. Hoje, o ROE da categoria ronda a casa dos 50%.

“Seguimos avançando com cautela porque é uma categoria em que o retorno é muito sensível à inadimplência”, afirma Stel. “Mas vemos um potencial muito grande para expandi-la, especialmente considerando nosso market share de 8,1% de transações em PIX.”

Hoje, apenas os clientes que têm limite de cartão de crédito aprovado são elegíveis ao PIX Finance, mas a ideia é passar a oferece-lo para outros clientes.

Outra aposta do banco no crédito é o buy now, pay later, com financiamento dentro do InterShop, plataforma de compras dentro do seu super app. O valor total comercializado dentro do Inter cresceu 60% na comparação anual, chegando a R$ 1,4 bilhão (tipicamente, o Inter fica com um take rate líquido de 5% nas transações).

Desse GMV total, 6% têm sido convertidos nesse tipo de operação, de financiamento fora do cartão de crédito e que tem um nível de receitas mais altas, diz Santiago.

Caminhando em direção às metas de 2027, o Inter teve um soluço no indicador de índice de eficiência, que mede o quanto das receitas são consumidas por despesas. O banco quer levar o índice ao patamar dos 30% (quanto menor, melhor) e vinha apresentado redução trimestre a trimestre.

Nesta divulgação, contudo, o número foi impactado principalmente pela aquisição da Granito, rebatizada InterPag, e apresentou aumento sequencial de 2,8 pontos percentuais, chegando a 50,7%.

Houve ainda mais investimentos em branding, marketing e atração de talentos. Excluindo o InterPag, o indicador ficou em 48,6%, ainda assim acima dos 47,9% do segundo trimestre.

“Vemos bastante sinergia e eficiência para extrair da Granito, o que deve acontecer ao longo da integração e principalmente em 2025.”

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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