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Frasle compra empresa de autopeças mexicana por R$ 2,1 bi, sua maior aquisição da história

O movimento coloca a fabricante de autopeças no mapa do mercado global em meio ao movimento de nearshoring; empresa estima R$ 300 milhões de Ebitda incremental em cinco anos

Frasle: plano é ter cada vez mais receita protegida com internacionalização (Alex Battistel/Divulgação)
Frasle: plano é ter cada vez mais receita protegida com internacionalização (Alex Battistel/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 24 de junho de 2024 às 19:10.

Última atualização em 24 de junho de 2024 às 19:44.

A fabricante de autopeças Frasle Mobility, do grupo Randoncorp, está anunciando a maior aquisição da sua história. Vai pagar R$ 2,1 bilhões pela mexicana Kuo Refacciones, de autopeças do grupo de mesmo nome que também atua em outros setores.

O movimento consolida a Frasle no mapa do mercado global em meio ao movimento de nearshoring, que tem dado pujança à economia mexicana. A compra faz parte do plano batizado de Projeto Maia, que olha para um mercado de 55 milhões de veículos da frota mexicana, liderança na América Latina e acesso ao mercado consumidor dos Estados Unidos.

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"Nosso objetivo é ter cada vez mais receita protegida pela exposição em mercadois internacionais", diz Anderson Pontalti, diretor operacional. A participação do mercado internacional passa de 36% para 55%.

Líder no México, a Kuo faturou R$ 1,4 bilhão em 2023, com um Ebitda ajustado de R$ 313 milhões e margem de 21%. Além de motores e freios das marcas TF Victor, Moresa e Fritec, é dona da marca de distribuição Dacomsa, uma das maiores do país.

"Moresa aqui é um nome de pistão, como Bombril é conhecida como palha de aço. Vemos muito potencial de expandir a Moresa pelo mundo", diz Pontalti. Além das plantas no Brasil e das aquisições de agora no México, a Frasle tem unidades nos Estados Unidos, China, Argentina, Índia e México. Com a compra, a Frasle passa a ter 13 fábricas e 10 centros de distribuição.

A aquisição representa 50% do valor de mercado da Frasle, e a operação adquiria não tem dívida. A operação saiu por um múltiplo de 7,3 vezes, numa das melhores condições de negócio já feito pela Frale e a Randon. A transação será paga parte por caixa e parte por dívida.

A estrutura é dividida em três bolsos, cerca de R$ 300 milhões vêm do follow-on feito em 2022, outros R$ 750 milhões devem ser captado no Brasil e R$ 1 bilhão deve ser captado para fazer o uso de benefício tributário, já que a empresa vem sem dívida. Já a alavancagem financeira da Frasle deve ficar próxima de 1,3x após aquisição.

No mesmo ano, a Frasle registrou R$ 3,85 bilhões de receita e R$ 732 milhões de Ebitda. As cifras, destaca a empresa, representam um patamar alcançado após ganho de escala com a compra da Nakata, em 2019.

"Replicamos o que fizemos com a Nakata, o modelo será exatamente o mesmo", diz o CEO, Sérgio Carvalho. Agora, com a Kuo, a expectativa da Frasle é de que em cinco anos, as sinergias tragam um Ebitda incremental de cerca de R$300 milhões, que deve vir principalmente do lançamento de novos produtos e em parte na redução de custos.

"Estamos em uma nova rota, suportada por uma estratégia assertiva que reforça sinergias, amplia a cobertura geográfica, o mix de produtos, outsourcing, os ganhos de escala e a otimização na utilização dos bens de produção", diz na companhia em apresentação ao mercado feita logo após o anúncio, na noite desta segunda-feira, 24.

A aquisição depende de aprovações regulatórias, incluindo aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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