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Com cheque do IPO, Méliuz compra plataforma global por R$ 120 milhões

Plataforma internacional Picodi opera em 44 países e possui site com 19 línguas diferentes

Israel Salmen, presidente da Méliuz: Picodi será plataforma para expansão internacional, prometida durante roadshow para IPO (Méliuz/Divulgação)
Israel Salmen, presidente da Méliuz: Picodi será plataforma para expansão internacional, prometida durante roadshow para IPO (Méliuz/Divulgação)
GV

Graziella Valenti

26 de fevereiro de 2021 às 20:41

Antes de completar quatro meses da estreia na B3, a Méliuz anunciou a maior transação que já fez em sua história. Comprou o controle da plataforma Picodi.com, que reúne 12 mil lojas e atua em 44 países, por R$ 120 milhões. Com isso, vai desembolsar cerca de 40% dos pouco mais de R$ 300 milhões que levantou na oferta pública inicial (IPO) realizada em novembro.

“Vamos manter as duas marcas. A Picodi vai ser a bandeira global e a Méliuz, nacional”, explica Israel Salmen, presidente e fundador da companhia, em entrevista exclusiva ao EXAME IN.

A Picodi tem 4 milhões de usuários cadastrados e atua, principalmente, como canal de promoções e cupons de descontos. A rede ainda não oferece cashback aos consumidores que trafegam na ferramenta e o plano da Méliuz é levar sua experiência nesse segmento. Só no Brasil, a Méliuz tem 14 milhões de contas abertas, 5,3 milhões ativas ao longo do último ano.

A plataforma internacional teve receita de R$ 31 milhões de novembro de 2019 a novembro de 2020, de acordo com as informações divulgadas pela Méliuz, é rentável e não possui dívida. “Levamos dois anos na Méliuz para nos posicionarmos como uma rede de descontos. Isso leva tempo. Comprar pronto, nos faz pular essa fase e podemos aplicar tudo que já sabemos”, enfatiza Salmen.

De janeiro a setembro de 2020, a operação brasileira acumulou receita líquida de R$ 82 milhões, com lucro líquido de R$ 17 milhões. A aquisição da Picodi, portanto, equivale a uma expansão da ordem de 25% na base anual.

O executivo contou que, desde dezembro de 2017, a Méliuz avaliava a Picodi e buscava uma aquisição, mas o negócio tornou-se viável neste momento. "Avaliamos mais de 127 alvos e competidores." O time da companhia, cuja sede fica na Cracóvia (Polônia), vai se manter à frente da operação, com auxílio do time da Méliuz.

A companhia brasileira, fundada em 2011, tem a opção de adquirir os 49% restantes do negócio, conforme metas para os próximos 3 e 4 anos. O preço é o mesmo do atual, podendo ser mais baixo a depender de determinadas condições. “Vamos aprender com eles a operar uma plataforma realmente global. O site existe em 19 línguas diferentes”, pontua Salmen.

A expansão internacional estava entre as promessas de IPO da empresa. Agora, a Picodi será a bandeira para essa frente. Por enquanto, não há planos para iniciar serviços financeiros na frente internacional. O projeto é, pelos próximos quatro anos, colocar todo foco no desenvolvimento do market-place e na ampliação da base de usuários.

No Brasil, a empresa segue com os planos de ampliar a oferta de serviços financeiros, a exemplo do cartão de crédito lançado em parceria com o Banco Pan (do mesmo grupo de controle da EXAME). "Já temos diversos pilotos em teste."

No ano passado, a Méliuz movimentou R$ 2,5 bilhões em sua plataforma. Desse total, R$ 950 milhões dentro do último trimestre do ano. A companhia, que foi avaliada em R$ 1,2 bilhão para o IPO, vale atualmente mais de R$ 3,5 bilhões na B3.

 

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