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Coinbase traz retorno de 700% à G2D com IPO e US$ 5,9 mi para o bolso

Holding de venture capital que estreou na B3 é a versão 4.0 da GP Investimentos

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GV

19 de maio de 2021 às 09:47

Semana de muitas emoções. Depois de levantar R$ 300 milhões com a oferta pública inicial (IPO) e estrear na B3, a G2D, a holding de venture capital da GP Investimentos para negócios globais, acaba de receber uma bolada de US$ 5,9 milhões, ou mais de R$ 30 milhões. De onde? Da listagem da Coinbase na Nasdaq, avaliada em aproximadamente US$ 100 bilhões. A empresa era investidora da corretora por meio de fundos e com a venda das ações fez um lucro de US$ 5,2 milhões em relação ao valor pelo qual o ativo estava registrado no balanço de dezembro — algo equivalente a 700% do valor do ativo.

A Coinbase não é o único negócio badalado e popular da G2D, no portfólio também está a NotCo, a marca de alimentos de base vegetal que está invadindo os supermercados brasileiros. Tem ainda a TomboyX, de underwear que rejeita estereótipos de gênero —  aqui não importa se é calcinha ou se é cueca. Essas duas últimas e outras nove investidas estão na carteira da The Craftory, um dos veículos nos quais a G2D tem aplicações, para marcas de consumo disruptivas. Nesse caso, o próprio veículo é inovador em sua concepção. Com US$ 375 milhões em capital permanente, a The Craftory é uma  companhia "B", uma certificação internacional para quem atende a elevados padrões de impacto social, ambiental e de transparência.

A G2D — cujo nome é um chamado: go to digital — é a versão 4.0 da GP Investimentos, uma espécie de atualização da casa de private equity que dominou a cena corporativa brasileira por pelo menos 20 anos, período no qual levantou cerca de US$ 5 bilhões e investiu em aproximadamente 50 companhias.

Berço do trio AB Inbev Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, a GP é desde 2003 controlada por Fersen Lambranho e Antonio Bonchristiano, após uma sucessão planejada e organizada. O gosto pela tecnologia já se via na casa mãe, de onde saíram negócios como Submarino, Mandic, Patagon e outras precursoras de peso da nova economia brasileira.

Mas, se na GP o foco eram negócios consolidados que precisavam de choque de gestão, na G2D os alvos são startups com potencial para disruptar setores ou acelerar negócios pela tecnologia. Na mira, porém, estão companhias em fase de captações com venture capital, nada de investimento anjo ou capital semente. Empresas pré-IPO são muito bem-vindas, como já provou a Coinbase.

Outra diferença: na GP, ter o controle dos negócios para ter liberdade de implementar cultura e modelo de gestão eram essenciais — “cultura de dono” é o segredo até hoje defendido pela gestora —  e na G2D, é claro, essa estrutura é impossível. Diluição é algo cotidiano na vida de startups. Participações minoritárias, portanto, é o possível.

O "olho do dono" aqui continua engordando o gado, só que pela capacidade seletiva e de influência. Mas a ambição não é menor porque a fatia investida é minoritária. Ledo engano. Se a GP queria mudar as companhias, a G2D quer mudar o mundo por meio de suas investidas. O tempo vai dizer se o toque de midas é o mesmo.

Entre os investimentos diretos da G2D mais cripto: lá está a Coinbase brasileira, o Mercado Bitcoin. Na carteira estão ainda a Sim;paul, a Blu Pagamentos, a Quero Educação, entre outras.

A companhia fechou seu IPO em uma das piores semanas para o setor de tecnologia, como se não bastasse o desafio do fluxo reduzido para Brasil. A operação teve de ser cortada, e a empresa acabou concentrando a captação no volume necessário para compromissos com investimentos já sinalizados e com a liquidação de vencimentos com o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

Mas a porta para captações ficou aberta. Comprar BDR de G2D é como colocar dinheiro em um fundo de venture capital, tocado por uma das mais tradicionais casas de private equity do país, e com liquidez diária. Se os fundos de capital de risco não estão abertos para o varejo investir, a G2D agora está.

 

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