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Papel e Celulose

Com nova planta, Suzano projeta queda de 'um dígito alto' em custo em 2025

Custo-caixa deve começar a cair já o próximo trimestre e vem em momento de pressão de preços da celulose; "corte de produção não é novo normal", diz o CFO

Suzano: radas para manutenção. Para o quarto trimestre, a administração da companhia está animada de que haja uma redução percentual na casa de "um dígito"  (Germano Lüders/Exame)
Suzano: radas para manutenção. Para o quarto trimestre, a administração da companhia está animada de que haja uma redução percentual na casa de "um dígito" (Germano Lüders/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 12:45.

Última atualização em 25 de outubro de 2024 às 14:03.

Na Suzano, a entrada em operação da nova fábrica de Ribas do Rio Pardo (MS), em julho, deve se traduzir em ganhos de eficiência já no próximo trimestre – fazendo com que a redução de custos compense, ao menos em parte, a atual pressão de preços do mercado.

No terceiro trimestre, o custo-caixa da companhia ficou em R$ 863 milhões, estável em relação ao mesmo período do ano anterior, se desconsideradas paradas para manutenção. Para o quarto trimestre, a administração da companhia está animada de que haja uma redução percentual na casa de "um dígito", e chegue a "um dígito alto" em 2025.

"Do lado de custos, a entrada de um projeto que tem uma média menor que a nossa ajuda a reduzir a média. Esse é principal item que contribui para nossa projeção no quarto trimestre e no ano que vem, além de retrofits que fizemos", disse Marcelo Bacci, CFO da companhia, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 25.

Na noite de quinta-feira, 24, a companhia reportou lucro líquido de R$ 3,24 bilhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 3,76 bilhões registrado no mesmo período do ano passado e superando as projeções de mercado.

"Os fundamentos da Suzano estão sólidos e suportam a tese de investimento na ação", escreveu o time do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O banco mantém recomendação de compra para o papel. Na manhã desta sexta-feira, a ação subia 3,43%.

"O ponto-chave para nós  é que a empresa está gerando um rendimento anualizado de fluxo de caixa livre próximo a 20%, o que consideramos uma conquista significativa e ainda não precificada. Isso reforça nossa preferência pelo papel", escreve também o time do BTG.

De acordo com  Bacci, o resultado do trimestre mostrou os benefícios pelo aumento de volume de todos os negócios e pelo início da fábrica de Ribas. Por isso, a expectativa para os próximos trimestres é de continuidade de redução da alavancagem, que passou de 3,2x para 3,1x.

Apesar dos ganhos de eficiência com a entrada da nova planta de Ribas do Rio Pardo, a Suzano anunciou neste mês uma redução na produção de celulose de 4%, dado o ambiente de preços mais baixos para a commodity no mercado global. "Corte de produção não é novo normal, pode acontecer a depender do preço da celulose. E conforme os custos vão mudando, vamos revisitando essa equação. Para este ano, os 4% estão dados. Para ano que vem, estamos estudando ainda o que fazer", afirmou o CFO.

Alocação de capital e novas aquisições

A companhia também afirmou que apesar do programa de recompra de ações aberto, não tem pressa em executar essas operações e que a compra dos próprios papeís "depende de oportunidade".

Sem citar negócios-alvo, Bacci afirmou que a Suzano segue, sim, olhando para mais aquisições, principalmente do lado de embalagens e nos Estados Unidos, "um mercado interessante" para a companhia. Em outubro, a empresa concluiu a compra de plantas de papelcartão da americana Pactiv Evergreen. 

"Vamos seguir olhando empresas em que o conteúdo de fribras virgens é interessante. Mercado de reciclagem está mais distante do que olhamos", afirmou.

O CFO também disse que a Suzano vai intensificar o plantio para atender ao aumento de capacidade e que a expectativa é de que as florestas prontas cheguem a mais de 75% em cinco anos, mas que não há necessidade de arrendamento de novas terras para essa meta.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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