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Para o BTG, uma vitória de Trump pode fazer a Gerdau 'great again'

Ex-presidente republicano aplicou políticas protecionistas ao aço americano, o que deve beneficiar a principal divisão da siderúrgica brasileira

Gerdau: mais de 60% do Ebitda da companhia vem da unidade América do Norte, que deve se favorecer de políticas protecionistas (Germano Lüders/Exame)
Gerdau: mais de 60% do Ebitda da companhia vem da unidade América do Norte, que deve se favorecer de políticas protecionistas (Germano Lüders/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

16 de julho de 2024 às 12:35

Uma eventual vitória de Donald Trump para a presidência americana, que parece agora mais provável depois do atentado sofrido pelo candidato no fim de semana, pode ser um vento de cauda importante para as ações da Gerdau, aponta a equipe do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame).

“A administração Trump implementou uma série de medidas sem precedentes para impulsionar a indústria siderúrgica americana, com destaque para a imposição de tarifas de 25% para o aço importado”, escreveu o analista Leonardo Correa em relatório para clientes.

Na sua campanha, o candidato do Partido Republicano tem sinalizado que pode impor uma tarifa universal para importações e sua agenda econômica envolve subsídios para indústrias críticas para aumentar a competitividade americana.

A ação da Gerdau já se valorizou quase 10% no último mês, chegando ao patamar de R$ 18,60 no último fechamento, mas segue subvalorizada, na visão do banco, especialmente em comparação com os pares norte-americanos. Mais de 60% do EBITDA da empresa vem da operação nos Estados Unidos.

No Brasil, o programa de corte de custos associado a imposição de tarifas para o aço importados – nesse caso, com cotas de importações e alíquotas impostas a apenas alguns produtos – também são fatores positivos que ainda não se traduziram no preço dos papéis, argumenta o banco.

Após um período de rentabilidade elevado, os negócios da Gerdau nos Estados Unidos passam por um momento mais “moderado”, com as margens Ebitda se aproximando de 21% e não mais dos 30% de trimestres anteriores.

“Isso está sendo impulsionado por uma desaceleração na demanda, com atividade de construção mais lenta e queda nos preços da sucata (já caíram aproximadamente 20% no acumulado do ano). Consequentemente, os preços do vergalhão nos Estados Unidos caíram 15% no acumulado do ano”, escrevem os analistas.

Ainda assim, a Gerdau está sendo negociada a 3,9 vezes o Ebitda projetado para 2024, e gerando um rendimento de fluxo de caixa livre de cerca de 8% a 9%, o que é “atraente”.

Seus principais pares norte-americanos negociam entre 6 vezes e 8 vezes Ebitda, o que implica um desconto “injustificado” de 45%.

“Talvez com um presidente ainda mais pró-aço, a diferença de avaliação entre a Gerdau e seus pares dos Estados Unidos comece a diminuir um pouco”, acreditam os analistas.

O BTG tem preço-alvo de R$ 25 para os papéis preferenciais da Gerdau, um potencial de alta de 34% em relação ao fechamento de ontem.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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