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Moove, da Cosan, lança IPO em na Nyse mirando valuation de até R$ 11 bi

Oferta, a primeira de uma empresa brasileira desde novembro de 2021, deve ser precificada no dia 9; maior parte é secundária

Fábrica da Moove no Rio de Janeiro: Companhia faturou R$ 10 bi no ano passado  (Ricardo Teles/Cosan/Divulgação)
Fábrica da Moove no Rio de Janeiro: Companhia faturou R$ 10 bi no ano passado (Ricardo Teles/Cosan/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 1 de outubro de 2024 às 11:43.

Última atualização em 1 de outubro de 2024 às 11:59.

A Moove, da Cosan, lançou hoje oficialmente sua oferta inicial de ações na Bolsa de Nova York neste, mirando um valor de mercado de até R$ 11 bilhões, com precificação prevista para o próximo dia 9. É a primeira oferta de ações de uma empresa brasileira desde o IPO do Nubank, em novembro de 2021.

Dona dos lubrificantes Mobil, a companhia vai colocar 25 milhões de ações no mercado, num valor entre US$ 14,50 e US$ 17,50. O valuation é de cerca de 7,3 a 8,5 vezes o EBITDA previsto para o próximo ano.

Durante conversas preliminares com investidores, a Moove vinha sinalizando que poderia buscar algo mais perto de 10 vezes EBITDA, o que que daria algo como R$ 14 bilhões, em linha com pares internacionais, mas topou dar um desconto de entrante para emplacar a oferta com mais qualidade. No ponto médio da faixa, o valuation ficaria mais perto dos R$ 10 bilhões.

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Fontes próximas à operação afirmam que há um bom interesse de gestoras locais, mas o objetivo é que ancorar a oferta com investidores estrangeiros. "A Moove é uma empresa que vem crescendo com consciência, tem receita em moeda forte e vem crescendo bastante fora do Brasil. Tem aderência ao investidor de fora",  diz um interlocutor.

A maior parte da oferta é secundária, com a Cosan, que tem 70% dos papéis, vendendo cerca de US$ 100 milhões (no ponto médio da faixa). Outros US$ 200 milhões serão vendidos pela empresa de private equity CVC Capital Partners, que é dona de uma fatia de 30%.

Após a oferta, o a holding de Rubens Ometto ainda deterá 60,4% das ações da Moove.

Ainda há uma fatia no total de US$ 100 milhões em ações primárias, que irão reforçar o caixa da companhia.

A oferta ainda pode ser acrescida em 50% o montante de ações, caso a demanda pelos papéis seja alta.

Com  IPO, a Moove se torna a quarta empresa do grupo Cosan a ser listada. A Moove foi criada em 2008, com a Cosan comprando Mobil no Brasil das mãos da Exxon.

Ao longo do tempo, o grupo brasileiro se esforçou na internacionalização da marca, entrando na Europa e reforçando as vendas na América Latina. O apetite internacional ganhou força com a chegada da CVC em 2019 à base acionária. No primeiro semestre, 47,3% da receita foi gerada na América do Sul, 29,2% na Europa e 23,5% na América do Norte.

A Moove faturou R$ 5 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, queda de 1,6% em relação ao mesmo período de 2023 – mas um avanço na rentabilidade. A margem EBITDA passou de 12,4% para 13,7% e a empresa saiu de prejuízo de R$ 58,4 milhões para R$ 237,6 milhões de lucro.

Em 2023, a companhia faturou R$ 10,1 bilhões com lucro de R$ 266 milhões.

JP Morgan, Bank of America e Citi são os coordenadores globais da operação, seguidos por Itaú BBA, BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) e Santander. O sindicato conta ainda com a Goldman, Jefferies e Morgan Stanley na segunda linha.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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