Logo Exame.com
Varejo

Mobly reduz prejuízo e prevê geração de caixa a partir do segundo semestre

Última linha do balanço ficou negativa em R$ 22,5 milhões, 13% menos do que no mesmo período do ano passado

Mobly: companhia vê ambiente adverso à frente, mas mudanças feitas até aqui colaboram para aumentar rentabilidade (Mobly/Divulgação)
Mobly: companhia vê ambiente adverso à frente, mas mudanças feitas até aqui colaboram para aumentar rentabilidade (Mobly/Divulgação)
Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 11 de maio de 2023 às 19:47.

Última atualização em 11 de maio de 2023 às 19:55.

A Mobly passa por um momento desafiador em demanda, mas acredita que o pior está ficando, pouco a pouco, para trás. A companhia conduziu uma reestruturação completa desde o fim da pandemia, com resultados que começam a ficar mais evidentes neste o início de 2023. No primeiro trimestre, a companhia teve um prejuízo 13% menor do que o registrado no ano passado, de R$ 22,5 milhões, mesmo com redução de receita em 4%. Além disso, o balanço traz uma perspectiva otimista para o futuro: a companhia prevê sair do terreno de queima de caixa para voltar a gerar a partir do segundo semestre. 

“Queimamos R$ 30 milhões de caixa no primeiro trimestre, o que é menos da metade do gasto de um ano atrás. A cifra só não foi menor por causa do fator sazonal da Black Friday. Para a data, compramos mercadorias que ainda estamos pagando. No fim, vamos ter uma queima de caixa significativamente menor do que a do ano passado”, diz Victor Noda, cofundador da Mobly e CEO, ao EXAME In.

A expectativa reflete um longo trabalho focado em rentabilidade. No fim do ano passado, também em entrevista ao EXAME In, a companhia detalhou que havia reduzido a queima de caixa de R$ 30 milhões para R$ 2 milhões a partir de demissões e de uma revisão com lupa na despesa operacional. Renegociações de contratos, devolução de centros de distribuição e de lojas foram os principais impactos para trazer um balanço mais saudável para a empresa.

Foram esses esforços que permitiram à empresa apresentar, no primeiro trimestre — o primeiro sem custos de rescisão — um recorde em ganho de margem bruta para o período, na comparação com a concorrência [/grifar]. De acordo com o balanço, a Mobly ganhou 4,4 pontos percentuais no indicador, enquanto a empresa que mais se aproxima da companhia ganhou 2,8 p.p. No trimestre, a companhia teve 43,5%.

O foco em estabilizar a situação da companhia para enfrentar um ambiente ainda desafiador segue. “A maior preocupação ao longo dos meses tem sido gerar GMV”, diz Noda. No primeiro trimestre, a queda no indicador foi de 9% na comparação anual, para R$ 200 milhões.

Como parte da 'operação de guerra', a companhia ainda colocou em prática ações como a sublocação de áreas de centro de distribuição. Com a queda de faturamento e a expansão da malha logística, essa é a melhor forma de aproveitar a ociosidade, na visão da empresa. Além disso, revisões de custos com data centers também entraram na pauta. Combinados, esses fatores vão trazer uma economia de US$ 25 mil por mês. Também estão na mira iniciativas de redução de gastos de energia, tanto nas lojas quanto em centros de distribuição.

O foco em eficiência operacional, no caso da Mobly, se soma ao fator de que a companhia não tem uma dívida financeira alta. Usualmente, nem dívida financeira a empresa tem, mas, neste primeiro trimestre, fez uma focada em financiamento de produto importado, para alongar o prazo de pagamento para produtos da Ásia. Mas, ainda assim, trata-se de um fator muito mais operacional do que puramente financeiro.

A situação ligeiramente melhor do que a da concorrência — aliada a conversas que de fato aconteceram — fez com que a empresa fosse alvo de uma especulação de compra da Tok&Stok no início deste ano. Questionado a respeito desse ponto, Noda afirma que a empresa mantém conversas não só com eles, mas com outras empresas do setor. 

“Na nossa visão, existe muito alinhamento e sinergia estratégica com diferentes players, não só com a Tok&Stok. O desafio, que é recorrente no nosso setor, é encontrar um momento para que os dois lados estejam prontos ou interessados em fazer uma transação. Em algum momento, de médio a longo prazo, uma consolidação faz sentido”, diz Noda.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Acompanhe:

Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada pela Saint Paul, é repórter do Exame IN desde abril de 2022 e está na Exame desde 2020. Antes disso, passou por grandes agências de comunicação.

Continua após a publicidade
Na corrida da moda esportiva, Fila vai atrás de sua herança italiana

Na corrida da moda esportiva, Fila vai atrás de sua herança italiana

Com novo centro de distribuição, Shopee avança na entrega no Brasil

Com novo centro de distribuição, Shopee avança na entrega no Brasil