Logo Exame.com
Cartões de crédito

Marvin: fintech fundada em março é avaliada em R$ 65 mi em aporte da Mauá

A startup se lança ao mercado de olho nas mudanças que o Banco Central está fazendo no arranjo de pagamentos e gestão de recebíveis de cartão de crédito

Bernardo Vale e Henrique Echenique, fundadores da Marvin: a empresa já tem cinco grandes indústrias clientes e projeta transacionar R$ 500 milhões durante o segundo semestre de 2021 (Marvin/Divulgação)
Bernardo Vale e Henrique Echenique, fundadores da Marvin: a empresa já tem cinco grandes indústrias clientes e projeta transacionar R$ 500 milhões durante o segundo semestre de 2021 (Marvin/Divulgação)

Publicado em 18 de maio de 2021 às 14:00.

Última atualização em 18 de maio de 2021 às 14:29.

Fundada há três meses, a fintech Marvin conquistou um investimento da Mauá Capital que a avaliou em R$ 65 milhões. O valuation alto para uma empresa recém-criada vem de uma aposta da gestora, liderada pelo ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, de que o mercado de arranjos de pagamentos e antecipação de recebíveis está perto de viver uma revolução. O indutor da mudança é o próprio BC, que, com a circular 3.952, tenta descentralizar o mercado criando o registro dos recebíveis de cartões de crédito. Depois de ser adiada mais de uma vez, a medida deve entrar em vigor no próximo dia 7 de junho.

De olho nas oportunidades que surgem com a vigência da nova norma, a Marvin foi criada pelos empreendedores Bernardo Vale, ex-sócio da fintech Monkey Exchange, e Henrique Echenique, ex-diretor de operações da registradora Cerc. A ideia dos sócios com a fintech é facilitar as transações entre grandes indústrias e os pequenos varejistas utilizando os recebíveis de cartão de crédito.

“Imagina um dono de posto de gasolina não bandeirado. Ele precisa comprar a gasolina do fornecedor à vista, mas recebe os pagamentos feitos em cartão em um prazo de 30 dias. Para conseguir girar a operação, ele adianta os recebíveis, pagando uma taxa pelo serviço. Nossa ideia é entrar no meio da cadeia para garantir que a própria indústria fornecedora consiga dar mais prazo para o cliente”, diz o presidente Bernardo Vale em entrevista ao EXAME IN.

O jeito que a Marvin encontrou para garantir a satisfação das duas pontas — varejista e indústria — é a troca de titularidade dos recebíveis nas registradoras. Dessa forma, seguindo o exemplo do empreendedor, um posto poderia dar seus recebíveis de cartão de crédito diretamente como pagamento pela gasolina. Para a indústria fornecedora, o risco de não receber é baixo, uma vez que quem garante o pagamento são adquirentes como Cielo e Rede.

“Nossa receita virá de uma taxa cobrada pelo serviço de alterar na registradora a titularidade do recebível. O custo de antecipação hoje está em torno de 1,5% ao mês, nós vamos cobrar pelo menos um quinto disso”, diz Vale. A operação, que está sendo testada junto às cinco primeiras indústrias clientes, precisa que a norma entre em vigor em junho para poder começar. A projeção da fintech é transacionar pelo menos R$ 500 milhões ao longo do segundo semestre do ano.

Para o investidor Luiz Fernando Figueiredo, o rápido posicionamento da Marvin nesse mercado que ainda não nasceu foi o que motivou o aporte da Mauá, que não costuma investir no mercado de venture capital. A gestora não revela o valor do investimento, mas diz que comprou uma participação minoritária relevante no negócio, mais de 10%. "Eu sempre me interessei muito por tudo ligado a sistemas de pagamento. A nova circular que entra em vigor em junho vai abrir uma oportunidade gigante para outros agentes que não os bancos, então achamos que fazia sentido investir na Marvin", diz Figueiredo.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.

De 1 a 5, qual sua experiência de leitura na EXAME?
Sendo 1 a nota mais baixa e 5 a nota mais alta.

Seu feedback é muito importante para construir uma EXAME cada vez melhor.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Continua após a publicidade
Crédito e retorno turbinado: apostas do Mercado Pago para ganhar espaço na carteira dos clientes

Crédito e retorno turbinado: apostas do Mercado Pago para ganhar espaço na carteira dos clientes

Galípolo deve se afastar de Lula: o conselho de um ex-diretor para o novo presidente do BC

Galípolo deve se afastar de Lula: o conselho de um ex-diretor para o novo presidente do BC