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Madero reduz dívida e vai acelerar abertura de lojas só em 2025

Grupo de restaurantes criado por Junior Durski conseguiu melhorar pressão financeira e colocou pé no freio da abertura de lojas para ficar mais rentável

Madero: a um valuation interessante, nossa empresa está pronta para o IPO  Foto: Leandro Fonseca/Exame (Leandro Fonseca/Exame)
Madero: a um valuation interessante, nossa empresa está pronta para o IPO Foto: Leandro Fonseca/Exame (Leandro Fonseca/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 14:55.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 16:14.

O Madero recalculou a rota e melhorou seus números. Ao fim de 2023, a rede de restaurantes -- que sofreu com a pressão das dívidas no pós-pandemia -- reduziu em R$ 100 milhões a dívida líquida e colocou o pé no freio em relação à expansão de lojas para melhorar a rentabilidade do negócio. O lema de 2024 é reduzir o endividamento e aí, se as condições de mercado melhorarem, o esperado IPO pode sair do papel.

Com aumento de 10% nas vendas em mesmas lojas e receita 15% maior, chegando a R$ 1,71 bilhão, a dona dos restaurantes Madero Steak House e Jerônimo cortou a menos da metade o prejuízo de 2022 para 2023. A perda na linha final do balanço passou de R$ 146,8 milhões para R$ 65,2 milhões. 

"Nossos números realmente foram muito bons, muito fortes. Estamos muito otimistas do que vai ser esse ano. A empresa está muito estruturada e com foco em aumentar a rentabilidade", diz Ariel Szwarc, CFO do grupo criado por Junior Durski.

A aposta é no fortalecimento da marca e em ganhos de eficiência para ter crescimento orgânico. A empresa terminou 2023 com 276 lojas, apenas uma a mais do que tinha ao fim do ano anterior.

"Vamos continuar 2024 sem investimentos relevantes porque a ideia é continuar reduzindo endividamento. O ritmo de abertura de lojas só volta a se intensificar no segundo semestre de 2025", diz o CFO.

Nesse contexto, o Madero descarta fusões e aquisições e diz que não tem interesse em ativos que estão na rua como as redes Subway, Starbucks e Eataly, do grupo em recuperação judicial SouthRock.

Ao fim de 2023, a companhia tinha R$ 786,5 milhões de dívida líquida, 12,5% a menos do que um ano antes. Agora ganha fôlego extra com a queda dos juros básicos. A cada ponto cortado da Selic, o custo da dívida fica de R$ 7 milhões a R$ 8 milhões menor ao ano.

A alavancagem do grupo chegou a 1,86x, em patamar bastante saudável para o negócio. Em 2020, quando a estratégia estava na expansão do número de lojas, a relação entre dívida líquida e Ebitda chegou a ser de 15x. 

"Quando se está crescendo de forma acelerada, muitas vezes se perde a mão da rentabilidade", observa Szwarc. O Ebitda cresceu 14% e chegou a R$ 426,1 milhões. A melhora de rentabilidade veio especialmente no último trimestre, quando a margem Ebitda aumentou 1,1 ponto percentual e chegou a 27,8%. 

Mesmo sem ser "a prioridade do ano", a possibilidade de IPO segue no radar. "Não temos urgência e o mercado ainda não está receptivo. O IPO não depende da gente, mas estamos prontos", diz.

O fator determinante está no valuation. Zamp, dona do Burger King e Popeyes, e IMC, dona da Pizza Hut, estão amargando perdas de 7,96% e 25,11% em 12 meses, mas Szwarc defende que as outras empresas de alimentação fora do lar não são seus pares comparáveis. "Nossos números estão muito diferentes. A situação deles é muito diferente."

No começo de 2022, quando a dívida beirou R$ 1 bilhão, o Madero desistiu oficialmente do processo de IPO que estava protocolado. Em 2021, a expectativa era ser avaliado em R$ 7 bilhões -- valor apenas R$ 1 bilhão abaixo do que projetava quando tentou abrir capital nos Estados Unidos.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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