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GoPublic: fintech criada há 1 ano conquista Via com solução de crédito

Fundada por Tarek Farahat, Humberto Farias, Daniel Greco e Wagner Longo, a startup fornece soluções financeiras para outras companhias

Humberto Farias, presidente da GoPublic: “Temos a agilidade de uma fintech aliada à senioridade do time de fundadores, o que nos permite entender para onde o mercado está indo”
 (GoPublic/Divulgação)
Humberto Farias, presidente da GoPublic: “Temos a agilidade de uma fintech aliada à senioridade do time de fundadores, o que nos permite entender para onde o mercado está indo” (GoPublic/Divulgação)
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Carolina Ingizza

22 de setembro de 2021 às 10:00

“Estávamos buscando um cliente e saímos com um investidor”, diz Humberto Farias, presidente e cofundador da GoPublic, sobre o investimento que sua fintech recebeu da Via (antiga Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio) neste mês. A companhia, fundada no final de 2020, operava fora dos radares com seus 16 funcionários até o anúncio de investimento da varejista — agora, aproveita a exposição para apresentar ao mercado suas soluções financeiras e acelerar a prospecção de clientes.

Apesar de nova, a GoPublic foi idealizada por um time para lá de experiente. Ao lado de Farias (ex-presidente da Ambar Energia), fundaram a fintech Tarek Farahat (ex-presidente da P&G na América Latina), Daniel Greco e Wagner Longo (ambos com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e gestão de créditos inadimplentes, com passagens pelo Banco Pactual e Credigy). A ambição da empresa é criar um ecossistema de soluções financeiras para bancos, fintechs, seguradoras e varejistas, ajudando desde a gestão do crédito à cobrança. “Temos a agilidade de uma fintech aliada à senioridade do time de fundadores, o que nos permite entender para onde o mercado está indo”, diz Farias em entrevista ao EXAME IN.

Os amigos decidiram se tornar sócios quando chegou a pandemia. O sonho de empreenderem juntos era antigo, o que faltava era uma boa oportunidade. Por dois meses, os quatro fizeram reuniões diárias estudando diversos modelos de negócio de tecnologia. A unica certeza era de que queriam fazer uma empresa do mercado financeiro focada em clientes corporativos. "Nosso modelo inicial era uma plataforma de peer to peer lending [empréstimos entre pessoas], mas rapidamente percebemos que a oportunidade de construir um ecossistema integrado aos meios de pagamento era maior", diz Farias.

Hoje, o principal serviço que a empresa oferece a suas seis corporações clientes é o de motor de crédito. Com parâmetros próprios que vão além dos usados pelos bureaus, a fintech criou um modelo para avaliar os usuários interessados no crédito dos seus clientes. Na hora da transação, a empresa recebe o score da GoPublic e só tem que decidir com base na nota se aprova ou não. "Em alguns casos, após o ok do ciente, podemos fazer o final, emitindo até a Cédula de Crédito Bancário dentro da plataforma", diz Farias. Segundo o empreendedor, o serviço é customizado para as necessidades de cada companhia. "Nossa vantagem é ser um 'animal único' que engloba todo o ecossistema. Fazemos pagamentos, oferecemos um motor de crédito e emitimos CCBs", afirma.

Foi justamente o serviço personalizado de análise de crédito que conquistou a Via. A varejista está expandindo seu tradicional crediário para as lojas de terceiros e precisa de mais robustez no seu modelo de análise. “A GoPublic tem uma ferramenta complementar que pode alimentar nosso motor de crédito com mais dados e, no futuro, nos ajudar a fornecer crédito de capital de giro para os lojistas”, diz Helisson Lemos, vice-presidente de marketplace da Via.

Fora o crédito, a GoPublic aposta em outras duas verticais. A primeira é chamada de Debt as a Service — que nada mais é do que uma plataforma de cobrança para recuperar os créditos que não forem pagos. O diferencial da empresa é usar os dados de análise de crédito para acessar o cliente devedor no melhor momento possível. "Sabemos quando ele está online no Telegram ou no WhatsApp", exemplifica o fundador. Com os serviços de crédito e de cobrança, a fintech também oferece aos clientes o GoPay, um serviço de parcelamento de transações pelo Pix.

A companhia tem crescido em média 40% ao mês e está confiante de que terminará o ano de 2021 tendo transacionado R$ 1 bilhão em crédito pela sua plataforma. O investimento da Via dá uma tranquilidade financeira ao negócio, que alega não estar procurando outros investidores no momento. "A grande beleza é que somos uma empresa com potencial de escalabilidade enorme. Como trabalhamos com clientes grandes, conseguimos crescer rápido", diz Farias.

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