Dona da Ben & Jerry's, Unilever inicia conversas para vender negócio de sorvetes avaliado em €15 bi
Em 'road shows' da gigante de bens de consumo, Advent, CVC Capital e KKR teriam demonstrado interesse no ativo
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 19 de julho de 2024 às 16:23.
As conversas entre a Unilever e interessados por sua divisão de sorvetes estão começando a esquentar, com grandes empresas de private equity, como Advent, CVC Capital e KKR estudando o negócio, segundo a agência de notícias Bloomberg.
Em março, a companhia anunciou o plano de fazer o spin-off da unidade que é dona das marcas Ben & Jerry's e Magnum até o fim de 2025. De acordo com a multinacional, a unidade de sorvetes teria maior potencial de crescimento atuando de forma independente, especialmente pela complexidade da operação (como a demanda de logística de cadeia fria).
A separação é uma das etapas de um intenso plano de reestruturação da Unilever, que inclui o corte de 7,5 mil postos de trabalho — cerca de 6% do total da força de trabalho. O plano foi anunciado por Hein Schumacher, que assumiu o comando da companhia após o investidor ativista Nelson Peltz comprar participação e entrar no conselho de administração.
No primeiro trimestre, a divisão de sorvetes reportou um avanço de 2,3% de receita, para 1,8 bilhão de euros, puxada por aumento de preço, dado que o volume recuou 0,9%. A receita do grupo somou 15 bilhões de euros. Em todo o ano passado, os sorvetes trouxeram uma receita de 7,9 bilhões de euros, mas as margens são menos da metade das divisões de cuidados pessoais.
Agora, a empresa de bens de consumo começou a fazer road shows para apresentar o ativo a potenciais compradores. De acordo com a reportagem da Bloomberg, a unidade de sorvetes pode valer 15 bilhões de euros, algo na casa de US$ 19,4 bilhões.
A Advent, a Blackstone, a Cinven e a CVC Capital Partners teriam sido as que demonstraram maior interesse. Clayton Dubilier & Rice e a KKR também teriam indicado estar estudando o ativo.
No acumulado do ano, as ações da Unilever, negociadas em Londres, têm alta de 18,29%.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado