Com taxação de importados e melhora do crédito, Citi vê sinais positivos e dá compra para Renner
Provisões diminuíram na Realize, o braço financeiro da varejista, e ambiente macroeconômico e competitivo deve dar fôlego à recuperação
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 6 de junho de 2024 às 14:18.
Última atualização em 6 de junho de 2024 às 14:49.
Embora 2023 tenha sido difícil e 2024 ainda esteja desafiador para a Lojas Renner, a equipe do Citi está mais otimista com o papel e vê o início de uma recuperação, na esteira dos resultados do primeiro trimestre acima das expectativas do mercado. O time do banco americano passou a recomendar compra da ação, mas reduziu o preço-alvo de R$ 18,40 para R$ 18, um prêmio de 39% sobre o fechamento de quarta-feira.
Incorporando os números do primeiro trimestre e o cenário desafiador de curto prazo, o banco afirma que a ação está a um preço atrativo, negociando a 10 vezes em relação ao lucro estimado para 2025. “Acreditamos que a ação deveria ser negociada, pelo menos, a 13 vezes”, escrevem os analistas.
Uma das alavancas, de acordo com a equipe, é a perspectiva de que as importações até US$ 50 de plataformas online como a Shein, serão taxadas. Na quarta-feira à noite, o Senado aprovou o texto que institui um imposto federal de 20%, além do ICMS existente de 17%. "Isso deve ajudar a nivelar o campo de jogo, mesmo sem prejudicar os planos de crescimento de certos concorrentes no país”, escreve o banco.
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O banco reconhece que o clima de abril e maio não ajudou a coleção de outono-inverno e que as enchentes no Rio Grande do Sul devem ter impacto significativo para a Renner no segundo trimestre, mas acredita que a melhora mais ampla no ciclo de crédito é suficiente para dar tração à retomada da varejista.
Os analistas destacam os resultados positivos da divisão de financiamento ao consumidor, a Realize. Não só as provisões diminuíram (e ficaram bem abaixo das expectativas do Citi), como a relação de cobertura para os empréstimos inadimplentes acima de 90 dias superou 100%.
“Embora sejamos cautelosos quanto ao impacto das enchentes no RS (cerca de 10% do portfólio de crédito vem do estado), a empresa está indicando que o processo de recuperação dos resultados somada à concessão de crédito no segundo trimestre continua sendo uma ‘realidade’.”
A ação da Renner subia 3,41%, para R$ 13,33, perto das 14h. No ano, no entanto, ainda acumula perda de mais de 22%.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado