Logo Exame.com
Saúde

CEO da Alliança renuncia e Isabella Tanure assume comando

Médica e filha do empresário Nelson Tanure, controlador da empresa, foi ela quem sugeriu ao pai o investimento na rede de diagnósticos em 2022

Alliança: Isabella Tanure assume interinamente como CEO. Foto: Leandro Fonseca/ Exame
 (Leandro Fonseca/Exame)
Alliança: Isabella Tanure assume interinamente como CEO. Foto: Leandro Fonseca/ Exame (Leandro Fonseca/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 14:30.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2024 às 15:08.

Sob o controle do empresário Nelson Tanure desde o começo de 2022, a Alliança anunciou hoje a saída do CEO Pedro Thompson, que estava no cargo desde o começo da nova fase da empresa. Interinamente, o cargo vai ser ocupado pela vice-presidente do conselho, Isabella Tanure, filha do empresário.

Médica, Isabella foi quem farejou, em 2021, a então rede de diagnósticos Alliar da qual o Pátria estava tentando sair. Hoje, os dois veículos de investimento da família, Fonte de Saúde e Lormont, controlam a empresa com cerca de 93% do capital social.  O leilão do fechamento de capital veio em agosto, com cada ação cotada a R$24,55.

"Escolhi o Pedro e ele montou sua equipe muito com foco em estruturação", disse Isabella em entrevista à EXAME à época da OPA. Esse processo de recuperação do negócio permitiu à empresa voltar a ver crescimento de receita. Ao fim de setembro, a Alliança chegava ao seu terceiro trimestre consecutivo de aumento de faturamento. Em nove meses, a receita cresceu 8%.

Mas grande parte do desafio da companhia ainda está na equalização financeira. No terceiro trimestre, teve início um processo de  reestruturação de capital, com a realização de um adiantamento para futuro aumento de capital no valor total de R$ 200 milhões. Com isso e a melhoria operacional, a dívida líquida total ao final do terceiro trimestre de 2023 totalizou R$800 milhões, o que representa uma redução de 14% em relação ao saldo do trimestre imediatamente anterior. Essa combinação levou a uma queda da alavancagem de 4,59x para 3,75x – colocando a empresa dentro dos covenants, mas ainda com uma dívida pressionada.

A gestão Tanure na empresa veio acompanhada de movimentos de expansão inorgânica. Neste ano, firmou uma parceria com a Unimed Nacional para a criação de laboratórios para exames de análises clínicas na Bahia, por meio de sua marca Delfin.

Em 2023, Alliança comprou a Cepem, uma rede de medicina diagnóstica volatada para a saúde da mulher, no Rio de Janeiro. Antes disso, já tinha colocado o pé em território fluminense ao comprar a ProEcho, de cardiologia. Assim, o Rio de Janeiro passou a ser um dos quatro maiores mercados da empresa, junto de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

Mais recentemente os Tanure entraram na disputa pela operação e os ativos da Amil, mas acabaram superados pela oferta de José Seripieri Júnior, fundador da Qualicorp. A United Health Group (UHG) vendeu o negócio (plano de saúde e rede de hospitais) por cerca de R$ 2 bilhões em equity mais a assunção de dívidas.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Acompanhe:

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Latam capta US$ 1,4 bi em bonds na primeira emissão depois de sair de recuperação judicial

Latam capta US$ 1,4 bi em bonds na primeira emissão depois de sair de recuperação judicial

Com novo centro de distribuição, Shopee avança na entrega no Brasil

Com novo centro de distribuição, Shopee avança na entrega no Brasil