Arco Educação investe em edtech que forma alunos para “nova economia”
Especializada em cursos de tecnologia, a startup Tera já formou mais de 6.000 alunos para trabalhar em empresas como PicPay, Nubank e Loft
Publicado em 6 de maio de 2021 às 13:16.
Última atualização em 6 de maio de 2021 às 13:25.
A startup brasileira Tera conquistou um investidor de peso para ajudá-la a ganhar escala no seu negócio de cursos para profissionais da nova economia. A empresa anuncia nesta quinta-feira, 6, ter recebido um aporte do grupo educacional Arco Educação — listado em Nasdaq desde 2018 e com valor de mercado de cerca de US$ 1,44 bilhão. Com o capital e apoio estratégico da investidora, a Tera planeja ampliar sua plataforma de cursos online, expandindo seu portfólio e explorando novas fontes de receita. O valor do investimento não foi divulgado.
Fundada em 2016 pelo empreendedor Leandro Herrera, a startup foi criada em um momento em que o mercado de tecnologia brasileiro começava a despontar. Ex-funcionário da ONG de apoio ao empreendedorismo Endeavor e da edtech Geekie, Herrera percebeu que havia um desencontro entre o perfil de profissional que as companhias precisavam e as formações universitárias brasileiras. Então, decidiu criar um modelo de educação para preparar em até seis meses qualquer profissional que quisesse se especializar em áreas como gestão de produtos, marketing digital, experiência do usuário e análise de dados.
O modelo da Tera aposta na imersão dos estudantes e no desenvolvimento de projetos práticos que estejam relacionados com as demandas mais recentes do mercado de trabalho. Para isso, o time de 180 professores da startup é composto por profissionais de empresas como Google, Creditas e Nubank. O tíquete médio dos cursos é de R$ 5.500.
Desde que foi fundada, a companhia já formou mais de 6.000 estudantes. Até o começo da pandemia, as aulas eram feitas em um formato híbrido, com encontros presenciais e material de apoio online. Com a necessidade de isolamento social, o ensino precisou ser adaptado para um formato totalmente remoto.
A transição, feita ao longo de 2020, aumentou a base de alunos em 70%, mas impediu um crescimento de receita na medida em que o valor médio dos cursos caiu. Em 2020, o faturamento se manteve na faixa de R$ 8 milhões — mesmo patamar de 2019. Agora, impulsionada pelo aporte da Arco, a empresa projeta um crescimento de receita de duas vezes e meia até o final do ano.
A principal aposta para esse crescimento vem da unidade de negócios corporativos. Além da venda direta dos cursos para os estudantes, a Tera tem cerca de 150 empresas clientes, como Itaú, Santander, iFood e Smiles, que pagam pelos capacitação dos seus colaboradores.
Com a pandemia estimulando a digitalização de empresas de todos os setores, a economia global pode movimentar até US$ 6,5 trilhões de 2030 até 2030 com a capacitação profissional. Para Tera, é uma oportunidade e tanto. Só este ano, a empresa espera que sua frente corporativa seja responsável por 40% do seu crescimento — três vezes mais que em 2020.
“O Fórum Econômico Mundial estima que mais de 50% da força de trabalho mundial precisará de requalificação até 2022. Nosso compromisso é oferecer essa experiência de aprendizagem de altíssimo nível”, diz Herrera.
Aproveitando a injeção de recursos, a companhia também vai expandir seu portfólio de cursos, entrando pela primeira vez na área de formação de desenvolvedores de software — mercado em que outras startups como Trybe e Alura já atuam.
Para executar os projetos, a empresa não descarta a possibilidade de levantar mais investimentos em um futuro próximo — afinal, o objetivo ambicioso é ser um dos maiores players da educação adulta no país daqui a alguns anos.
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