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Vale: frente dissidente de quatro candidatos é eleita para conselho

Aprovação contou com aval da gestora Capital, maior acionista, dona de R$ 100 bilhões em ações da mineradora

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Votos: formação final do conselho terá uma única mulher, Rachel Maia, apesar de lista de concorrentes ter 4 candidatas (Shannon Stapleton/Reuters)

Votos: formação final do conselho terá uma única mulher, Rachel Maia, apesar de lista de concorrentes ter 4 candidatas (Shannon Stapleton/Reuters)

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Graziella Valenti

Publicado em 3 de maio de 2021 às, 13h11.

Última atualização em 3 de maio de 2021 às, 15h39.

Terminou a votação da Vale para o conselho de administração. O resultado traz duas evidências: que a maior companhia da B3, avaliada em quase R$ 600 bilhões, é de verdade uma corporation, ou seja, uma empresa sem dono, mas também que os ex-controladores continuam sendo um bloco coeso.

A primeira eleição da companhia sem a existência de nenhum acordo de acionistas e após a pulverização do controle no Novo Mercado, em 2017, foi marcada pela influência de investidores de mercado no resultado. Eles garantiram quatro nomes, de uma formação com 12 posições  — o conselho tem um 13º membro, eleito pelos trabalhadores.

Conforme o EXAME IN apurou, Previ, Bradespar e Mitsui concentraram seus votos, equivalentes a uma participação de 21% do capital da companhia, em seus próprios indicados para se garantir na formação do colegiado. Foram eleitos, portanto, José Maurício Coelho, Eduardo de Oliveira, Fernando Buso e até Ken Yasuhara (que recebeu pouquíssimos votos do mercado).

Conseguiram, mas deixaram no caminho diversos membros independentes potenciais e, ao fim de tudo, de quatro candidatas possíveis, apenas uma única mulher foi eleita.

Também ficou claro que, apesar de possível, conquistar influência no conselho da Vale exige tamanho. O que torna os investidores estrangeiros essenciais. A gestora de recursos norte-americana Capital, dona de quase 17% das ações da mineradora — um naco de quase R$ 100 bilhões —,  terminou por garantir a eleição dos quatro nomes de uma frente dissidente que concorreu sem indicação da Vale.  São eles: ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, Marcelo Gasparino (reeleito), Mauro Rodrigues da Cunha e Rachel Maia (a única mulher na formação final).

Essa frente se candidatou por indicação de um grupo de bilionários brasileiros liderado por Lirio Parisotto, que está diretamente relacionado ao início da carreira de Gasparino como conselheiro profissional. O argumento para apresentação de novos nomes para a disputa foi que a formação proposta pela Vale ainda mostrava predominância da influência dos ex-donos.

Também participarão do conselho José Luciano Penido — que será o chairman, conforme já era esperado — Roger Downey, Murilo Passos e (Manuel Lino) Ollie Oliveira. Castello Branco concorreu à presidência do conselho, mas não conseguiu aprovação suficiente.

A eleição do conselho foi retomada nesta segunda-feira, dia 3, após ser suspensa na sexta-feira, dia 30, por divergências na contagem de votos da Capital, justamente a maior acionista individual da empresa. A Vale havia formado um comitê de nomeação, com executivos externos, para recomendar um grupo de conselheiros. Sugeriu assim uma lista com 12 nomes.

Apesar de já haver indicações de que Gasparino, Castello Branco, Rodrigues da Cunha e Maia poderiam ser eleitos, não era possível prever o resultado final. O grupo de ex-controladores não havia ainda votado. Castello Branco, apesar de ser reconhecido como ex-presidente da petroleira, foi executivo da Vale até 2014.

 

 

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