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Stone e Linx negociam ajuste: preço sobe e prêmio de fundadores cai

Negociação sobe preço da Linx de R$ 6,04 bilhões para perto de R$ 6,25 bilhões

Nova sede da Linx: empresa é alvo de duas propostas de aquisição, pela Stone e pela Totvs (Linx/Divulgação)
Nova sede da Linx: empresa é alvo de duas propostas de aquisição, pela Stone e pela Totvs (Linx/Divulgação)
GV

Graziella Valenti

1 de setembro de 2020 às 13:11

A Stone quis demonstrar que entendeu o recado do mercado e atualizou os termos de sua proposta pela Linx, não apenas como aumento de preço no valor proposto, mas também em todas as demais condições: acordo de não competição e multas.  As mudanças, contudo, não são significativas e a estrutura do negócio permanece a mesma. Os investidores da empresa de software estavam se organizando e havia risco de resistência à aprovação do negócio. O trio de fundadores da Linx também topou ajustar suas indenizações em um sinal de que entendeu as críticas.

O valor total da proposta subiu de 33,76 por ação da Linx para 35,10 por ação. A principal alteração foi o aumento da parcela em dinheiro que passou de 30,39 por ação para 31,56 – um aumento de 3,8% na fatia em dinheiro. A diferença será paga em ações da Stone, na mesma quantidade anteriormente anunciada, de 0,0126744 a cada papel da Linx. O total a ser pago pela Linx agora totaliza 6,2 bilhões, um aumento de pouco mais de 200 milhões de reais sobre a versão anterior.

Além de oferecer mais dinheiro aos investidores, a Stone também ajustou os termos da proposta de não competição aos sócios da Linx, o trio de fundadores Nércio Fernandes, Alon Dayan e Alberto Menache. Trata-se do ponto mais sensível do negócio. A oferta antes feita a eles equivalia a um prêmio da ordem de quase 30% sobre o que receberiam pela venda da fatia dos três somada, de 14% da empresa.

A conta agora mudou. As indenizações pelo acordo de não competição (que serão recebidas em ações da Stone) agora equivalem a cerca de 20% do que os três receberão pela venda dos papéis à Stone. Além disso, os contratos são de cinco anos, e antes eram de três – divididos em pagamentos anuais.

O valor do contrato de Nércio Fernantes, presidente do conselho de administração, caiu do equivalente a 105 milhões de reais para cerca de 75 milhões de reais. O acordo de Dayan sofreu apenas alteração de prazo, o montante permaneceu em 15 milhões de reais.

O acordo de Menache  — o mais polêmico — foi o que sofreu ajuste menor. A indenização teve redução inferior à de Fernandes, passando de 105 milhões de reais para 95 milhões de reais. Contudo, seu contrato de trabalho com a Stone, que antes havia ficado quase 90 milhões, entre salário mais ações da empresa de meios de pagamentos foi modificado. No lugar de um vínculo de três anos, passou para um acordo de um ano, com isso o valor a ser recebido saiu de 15 milhões de reais para 5 milhões de reais – sem mudança no salário. Será possível prorrogar o contrato de trabalho, se julgarem necessário. O pacote de ações não será mais pré-contratado e ficará para ser definido no futuro, dentro da política da Stone para todos os executivos.

Na prática, ainda existe espaço para Menache receber a mesma quantia por seu trabalho na Stone. Entretanto, não há mais nada assegurado. Antes, havia compromisso entre as partes.

Com todas essas mudanças, o extra de Menache no acordo com a Stone saiu de quase 200 milhões reais para 100 milhões de reais. E, dessa forma, o prêmio que esse montante representa sobre a venda passou de quase 70% para pouco mais de 30%.

Multa

A Stone aceitou o pleito de reduzir a multa caso a Linx feche um acordo com outra companhia, de 605 milhões de reais para 453,5 milhões de reais. Esse era outro alvo de crítica pelos acionistas da Linx, que queriam liberdade para negociar a melhor proposta pela empresa. A penalidade caso a assembleia de acionistas rejeite o acordo também diminuiu, de 150 milhões de reais para 112 milhões de reais. Proporcionalmente, a multa foi reduzida de 10% para 7%.

Totvs

A Linx atualizou como está a negociação com a Totvs, que apresentou uma oferta muito semelhante à da Stone. O tema está sendo conduzido pelos conselheiros independentes João Cox e Roger Ingold, uma vez que os três demais membros do conselho — Fernandes, Dayan e Menache — assinaram acordo de exclusividade com a Stone.

“Os representantes da companhia e da Totvs  têm  realizado  reuniões  e  tratativas visando ao detalhamento dos termos da proposta”, conforme fato relevante da empresa. Os pontos em discussão a “disponibilização pela Totvs das minutas propostas para implementação da operação, a definição do cronograma e das condições negociais para implementação do negócio”.

 

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