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Smart Fit parte para IPO e é o 7º pedido de registro de maio na CVM

Redes de academia fora do Brasil vivem bom momento de mercado com aposta em movimento pró-saúde pós-pandemia

Smart Fit: pandemia abriu espaço para ganhos de eficiência (Leo Martins/Abril)
Smart Fit: pandemia abriu espaço para ganhos de eficiência (Leo Martins/Abril)
GV

Graziella Valenti

19 de maio de 2021 às 00:31

O apetite dos investidores com a economia tradicional e a recuperação da normalidade pós-pandemia animou a Smart Fit. A rede de academias fundada por Edgar Corona e atualmente controlada pelo Pátria Investimentos deu a largada em seu processo de oferta pública inicial (IPO). O pedido foi levado nesta terça-feira, dia 18, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O prospecto preliminar, contudo, ainda não está disponível.

A companhia é a maior da América Latina, com operação no México, Colômbia, Chile, Peru e em diversos ouros países da região, e a segunda maior do mundo. Ao fim de março, tinha quase 940 unidades, com aproximadamente 2,4 milhões de alunos.

O IPO vai acelerar o movimento de consolidação que a empresa já deu a largada antes mesmo da chegada do capital, aproveitando as oportunidades do setor. Com sócios ilustres, que incluem Canada Pension Plan Investments (CPPI) e Dynamos, a empresa ganhou um reforço de caixa de R$ 500 milhões  no meio da pandemia para recompor a liquidez. Agora, vai partir para a emissão pública.

As ações preferenciais que existiam no modelo anterior já foram convertidas em ordinárias e a listagem será no Novo Mercado. Corona e família têm 18,2% do capital total, o Pátria 51%, o CPPI, 12,4%.

Sem o coronavírus, a Smart Fit era uma operação de pouco menos de R$ 2,5 bilhões de receita líquida anual. Se, por um lado, na crise sanitária a receita líquida caiu 38% nos três primeiros meses deste ano, para R$ 372 milhões, a crença é que tudo relacionado à saúde vai realmente bombar na vida pós-covid. Ou seja, o entendimento é que 2019 vai ficar no chinelo.

No fim de março, em entrevista ao EXAME IN, Corona já se mostrava atento ao movimento de recuperação fora do Brasil. Estava animado com a holandesa Basic Fit em sua máxima histórica, acima de 2 bilhões de euros, e com a rápida recuperação de valor da Planet Fit, a maior entre as abertas, avaliada em quase US$ 7 bilhões.

Nessa ocasião, Corona contou, mesmo sem falar de IPO, a tese toda. Durante a pandemia, a Smart Fit revisou processos, reduziu custos (corte de 50% no custo caixa do primeiro trimestre), ampliou eficiência, aumentou uso de tecnologia e lançou sua frente digital  — sim, dizem que os treinos à distância vieram para ficar e a rede já tinha quase 450 mil assinaturas ao fim de março. A estratégia foi determinante para encarar o confinamento.

Sobre o espaço para consolidação, difícil até quantificar. Mesmo com os próprios desafios, foi impossível não aproveitar oportunidades de aquisições que surgiram no período, dado o baixo índice de profissionalização no setor e grandes desafios. A companhia terminou março com quase R$ 910 milhões de reais em caixa. A dívida bruta estava em R$ 2,9 bilhões, com R$ 590 milhões de vencimento no curto prazo.

A disposição da Smart Fit tem companhia. Também pediram registro para IPO outras seis empresas em maio, incluindo Multilaser, CSN Cimentos e Companhia Brasileira de Alumínios (CBA), do grupo Votorantim.

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