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Quem vai ser o próximo CEO da Vale? Investidores apostam em continuidade

Pesquisa com 98 investidores aponta que 63% acreditam em reeleição de atual CEO; risco Mantega é quase zero, avaliam

Vale: Investidores vêm aumentando posição no setor de commodities – e têm a mineradora como posição favorita (Adriano Machado/Reuters)
Vale: Investidores vêm aumentando posição no setor de commodities – e têm a mineradora como posição favorita (Adriano Machado/Reuters)
Karina Souza

Karina Souza

23 de janeiro de 2024 às 11:06

O conselho de administração da Vale vai definir nos próximos dias quem deve ser o próximo CEO da companhia — num movimento que pode marcar continuidade ou ruptura para a mineradora brasileira. Em uma pesquisa conduzida pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) com 98 investidores, mais da metade (63%) aposta no primeiro cenário, com a recondução de Eduardo Bartolomeo por mais um mandato. Pouco mais de um terço (33%) acredita que Luiz Henrique Guimarães, da Cosan, será eleito pelo conselho.

E apenas 2% apostam em Guido Mantega, o favorito do presidente Luís Inácio Lula da Silva – que tem feito uma ofensiva para emplacá-lo ao menos para o conselho de administração, numa costura improvável, já que o governo não tem participação direta na companhia, mas pela pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. 

Os resultados fazem parte da 3ª pesquisa de commodities ("ou basic materials") feita pelo time de analistas de Leonardo Correa. Em meio aos rumores sobre o comando da mineradora, o banco aponta que houve um aumento de exposição entre os entrevistados em relação a outubro de 2022, ainda que mais da metade (52%) estejam underweight (com uma alocação abaixo da média histórica) na companhia.  

Segundo os cálculos do banco, ainda é um bom momento para montar posição na companhia. Hoje, a Vale está avaliada a menos de 4 vezes EV/Ebitda, com um dividend yield 11% a 12%.

Na entrevista, a maior parte dos investidores apontou que acredita que os preços do minério de ferro fiquem de US$ 100 a mais de US$ 110 para 2024 (78%) e, para 2025, há a crença de uma maior acomodação, com preços entre US$ 90 e US$ 110 (73%).

Long x short

A ação da Vale é a preferida 'long' entre os investidores, sendo apontada por 39 deles. Na pesquisa anterior, a Suzano era a ação preferida (com 40 investidores apontando para ela). Atualmente, a empresa de papel e celulose ocupa a segunda posição, com 30 votos.

A maior parte dos investidores acredita que o preço da celulose deve ficar entre US$ 4550 e US$ 650 neste ano e no próximo.

Na outra ponta, o setor mais 'short' entre os investidores segue sendo o de aço. Na pesquisa anterior, de outubro, Usiminas era a principal ação shorteada, com 24 investidores apontando para isso, e, nesta, é a Gerdau que aparece em primeiro lugar, com 23 votos. A CSN aparece em segundo lugar, com 15 (estava em terceiro na pesquisa anterior) e a Usiminas aparece em terceiro lugar, com 13 investidores, mesmo percentual da CMIN.

A principal preocupação dos investidores dentro do segmento de commodities segue sendo a economia chinesa, apontada por 90% dos entrevistados, ante 59% na pesquisa anterior. Outros pontos, como problemas na cadeia de suprimentos, aumento das taxas de juros e força do real aparecem em menor grau, com percentuais na casa de um dígito.

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Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada pela Saint Paul, é repórter do Exame IN desde abril de 2022 e está na Exame desde 2020. Antes disso, passou por grandes agências de comunicação.