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"Podemos e vamos crescer mais", diz Fábio Hering após não à Arezzo

Presidente alega forte plano de expansão orgânico, alinhado a acionistas relevantes Atmos e Velt

Loja da Hering: a empresa foi a público informar que havia rejeitado uma proposta da Arezzo (Mario Rodrigues/Divulgação)
Loja da Hering: a empresa foi a público informar que havia rejeitado uma proposta da Arezzo (Mario Rodrigues/Divulgação)

Publicado em 14 de abril de 2021 às 20:18.

Última atualização em 28 de abril de 2021 às 14:33.

A proposta de combinação de negócios feita pela Arezzo reforça na Hering a importância de acelerar e de se comunicar melhor. Esta é a conclusão do presidente da companhia, Fábio Hering, em conversa com o EXAME IN na noite desta quarta-feira. Poucos minutos antes a empresa foi a público informar que havia rejeitado uma proposta da gigante de calçados.

A Hering recebeu a oferta na semana passada. Segundo Fábio, ele e a família Birman, da Arezzo, têm relação íntima, trocando inclusive assentos nos conselhos das duas companhias. A aproximação foi feita por Alexandre Birman, presidente da Arezzo. Junto com ele, os bancos Itaú e BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME). "Eu logo afirmei que um acordo era improvável porque estamos iniciando um ciclo de crescimento orgânico muito forte, alinhados com acionistas de referência", diz  o empresário.

Esses acionistas são os fundos Atmos e Velt, donos de 15% da Hering. Cerca de 62% das ações da empresa estão diluídas. Fábio Hering contratou a BR Partners e o escritório Machado Meyer para analisar a proposta e reuniu o conselho de administração da companhia. "A conclusão foi que não há interesse em iniciar uma negociação", afirma. "Achamos importante dar a resposta e torná-la pública para mostrar transparência total".

A oferta pega a Hering num momento de mudança. Uma assembleia marcada para o dia 29 deve eleger um novo conselho de administração e, com ele, a esperada transição no comando da empresa, de Fábio para seu filho Thiago Hering. Thiago é um dos principais responsáveis pelos investimentos digitais da Hering e por uma reformulação da rede nos últimos anos. Antes de assumir um cargo de direção na companhia, ele foi por quase uma década franqueado da empresa na grande São Paulo, e conhece no detalhe as dores e as oportunidades do setor de moda.

A pandemia acelerou a transformação digital do setor e tem aumentado a pressão sobre as grandes empresas de moda no país. A própria Arezzo fechou em outubro a aquisição da varejista de moda carioca Reserva. Para Fábio Hering, no entanto, o setor deve continuar fragmentado como sempre foi no país. A Hering, marca líder em vestuário, tem, por exemplo, apenas 3% do mercado. "Podemos e devemos entregar mais crescimento nos próximos anos, e temos todas as condições para que isso aconteça", afirma. "Estamos num grupo de empresas de que talvez o mercado não enxergue todo o potencial. Cabe a nós apresentar nosso potencial. Temos liderança, marca e estrutura de capital para mais", diz.

A Hering vale 2,7 bilhões de reais na bolsa, pouco mais que novatas como o brechó online Enjoei, e valorizou 20% desde março de 2020. A Arezzo vale 7,4 bilhões de reais e dobrou de valor nos últimos 12 meses.

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