Logo Exame.com
BTG Pactual

Oi: Digital Colony fez proposta por rede de fibra diretamente, sem Highline

Ativo de R$ 20 bilhões é disputado pelo FIP Economia Real, gerido pelo BTG Pactual

Fibra ótica: rede da Oi tem 400 mil quilômetros de extansão e alcança 2,2 mil cidades (Thinkstock/Streager/Getty Images)
Fibra ótica: rede da Oi tem 400 mil quilômetros de extansão e alcança 2,2 mil cidades (Thinkstock/Streager/Getty Images)

Publicado em 23 de janeiro de 2021 às 13:25.

Última atualização em 23 de janeiro de 2021 às 20:45.

Na disputa pela InfraCo, rede de fibra da Oi, o fundo Digital Colony, que no Brasil é dono da Highline e da Scala, fez sua proposta diretamente sem passar por nenhum veículo já investido no Brasil, conforme o EXAME IN apurou com fontes próximas ao negócio.

A informação aumenta a expectativa de que o lance possa ter sido alto. A Digital Colony é uma gestora dedicada exclusivamente ao investimento em infraestrutura de telecomunicações e digital, com um total de US$ 30 bilhões em ativos. Há três principais frentes de negócios da casa: torres de telefonia móvel, negócio da Highline, data-centers e nuvem, foco da Scala, e redes de fibra, negócio em que a ainda não está presente no Brasil.

A Oi é vista como a porta de entrada no Brasil para a operação de redes — infraestrutura base para as outras frentes de negócio também. Marc Ganzi e Steven Sonnestein, respectivamente fundador e executivo, assumiram pessoalmente a entrega da proposta e o desenho do plano. O fundo elegeu a América Latina como sua principal região de próximos grandes investimentos, com destaque para o Brasil.

A InfraCo é avaliada em um total de R$ 20 bilhões, dividido em R$ 17,4 bilhões de reais em R$ 2,6 bilhões em dívida. A Oi colocou à venda uma fatia mínima de 51% do capital votante, equivalente a 37% do capital total. Os interessados, porém, podem fazer propostas por fatias maiores. O preço mínimo para o menor pedaço é de R$ 6,5 bilhões de reais, mais o pagamento de uma dívida de R$ 2,6 bilhões – o que exige um investimento de largada de, pelo menos, R$ 9 bilhões.

A Digital Colony disputa com o FIP Economia Real, gerido pelo BTG Pactual, que apresentou sua oferta ontem, junto com diversos co-investidores tradicionais do banco. Nessa fase, a Oi vai definir quem tem a posição de liderança, conhecida como stalking horse para o leilão do controle do ativo, ainda sem data prevista — mas que deve ocorrer apenas no início do segundo trimestre do ano, conforme previsão de pessoas próximas ao negócio.

Amos Genish, atualmente sócio do BTG Pactual, será o presidente do conselho de administração da InfraCo, caso a oferta do FIP Economia Real. A gestão do private-equity do BTG Pactual e do fundo que faz a proposta é feita pelo sócio Renato Mazzola, que conduz outras carteiras de infraestrutura da casa, inclusive o investimento na Eneva.

Fontes que conhecem o assunto dizem que curiosamente as propostas chegaram diferentes, em termos de estrutura. A Digital Colony fez uma oferta enxuta, sem muita documentação, na expectativa de negociar os detalhes mais à frente. Entende que os essas questões devem ser negociadas depois da definição da preferência na competição.

Já o time BTG Pactual optou por já levar todas as minutas e sugestões de contratos necessários, incluindo um possível acordo de acionistas. A consultoria Oliver Wyman atuou junto com a equipe do private equity para a formulação do projeto, bem como Genish e outros ex-executivos da GVT.

A rede da Oi, uma operação de 400 mil quilômetros de extensão, já alcança 2,2 mil municípios do país – dos 5,6 mil existentes. O projeto da Oi para a InfraCo, uma operação de atacado, é um dos maiores projetos de infraestrutura do país.

Atualmente, a infraestrutura de fibra alcança quase 9,5 milhões de lares do país e o plano da tele – cuja execução é condição para compra da rede — é levar para 32 milhões de resisdências até 2025. O investimento estimado para esse movimento é de R$ 20 bilhões de reais, sem considerar a compra do controle da operação e pagamento de dívidas.

A Oi será sócia na InfraCo, com 49% do capital votante. É sobre essa rede de infraestrutura que a tele vai vender e operar os serviços de telecomunicações que ficaram em sua carteira. No processo de recuperação judicial em andamento, na qual essa transação está inserida, a Oi já vendeu a operação de telefonia celular, o restante das torres que ainda detinha e seu data-center.

A Oi Móvel foi adquirida pelo trio TIM, Claro e Vivo e as torres móveis, pela Highline, do Digital Colony. O data-center foi comprado pela Piemonte. Até o momento, a tele já arrecadou R$ 17,8 bilhões de reais com as operações.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Continua após a publicidade
Vinci compra controle do Outback no Brasil em operação de R$ 2 bi

Vinci compra controle do Outback no Brasil em operação de R$ 2 bi

Eneva levanta R$ 3,2 bi em oferta, a R$ 14 por ação

Eneva levanta R$ 3,2 bi em oferta, a R$ 14 por ação