No GPA, saem os franceses e chegam os chilenos? Casino negocia fatia com Cencosud
Segundo colunista Lauro Jardim, grupo chileno poderia pagar cerca de US$ 100 milhões por 22,5% do dono do Pão de Açúcar
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 12 de julho de 2024 às 12:35.
Última atualização em 15 de julho de 2024 às 18:34.
O Casino tem avançado nas conversas para a saída definitiva do GPA. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o grupo francês estaria negociando sua participação de 22,5% na dona do Pão de Açúcar e do Extra com os chilenos da Cencosud, que no Brasil são donos do Giga Atacado. A informação não foi confirmada pelo Casino.
O interesse em desinvestir na América Latina foi anunciado pelo Casino ainda em junho de 2023, em meio ao processo de reestruturação da companhia que tirou Jean-Charles Naouri do controle e coroou o bilionário tcheco Daniel Kretinsky como acionista majoritário.
Com o follow-on de março deste ano, o Casino diluiu sua fatia no GPA de 41% para 22,5%. Em junho, teria contratado, segundo o portal InvestNews, o Itaú BBA para vender a participação restante.
Uma das possibilidades é de que os papéis sejam vendidos em um block trade, como aconteceu na saída do grupo francês do Assaí em 2022, ou a venda um fundo ou sócio financeiro. A notícia de hoje coloca no radar um possível sócio estratégico.
Considerando o valor de mercado do último pregão, a participação é avaliada em cerca de R$ 369 milhões. De acordo com a reportagem, Kretinsky teria sinalizado que venderia sua participação por cerca de US$ 100 milhões, algo em torno de R$ 588 milhões.
Para a equipe do Bradesco BBI, a venda da participação do GPA pelo Casino pode ser positiva pois elimina um risco pendente. Nesta manhã, a ação chegou a avançar 3,40%. Perdeu fôlego e, 12h20 avançava 1,21%, para R$ 3,34.
"O acordo também poderia ser positivo para a Cencosud, dadas as potenciais sinergias entre as operações brasileiras da Cencosud e o GPA", acrescenta a equipe do BBI.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado