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'Muita calma nessa hora': Marfrig vai manter executivos da BRF

Marcos Molina, dono da Marfrig, diz a investidores que tempo é de estudar e conhecer melhor a companhia que une as marcas Sadia e Perdigão

BRF: prejuízo de R$ 1,5 bilhões do primeiro trimestre surpreendeu mercado
BRF: prejuízo de R$ 1,5 bilhões do primeiro trimestre surpreendeu mercado
GV

23 de fevereiro de 2022 às 11:52

Marcos Molina, fundador e presidente do conselho da Marfrig, não vai chegar derrubando cercas na BRF, e já vem tentando demonstrar isso. Na prática, isso significa que a gestão executiva da companhia vai ser mantida. Não existem planos de troca de CEO para a dona das marcas Sadia e Perdigão. Lourival Luz fica até segunda ordem ou necessidade.

Essa é a mensagem que o empresário tem transmitido para os investidores da BRF que, uma vez que já conhecem a nova possível composição do conselho da empresa, agora querem saber se vai haver mudança na frente executiva da companhia.

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Embora tenha surpreendido o mercado, ao transformar a Marfrig na maior acionista da BRF comprando ações na bolsa (agora com mais de 33% do capital), Molina se mostrou cuidadoso em toda a condução desse investimento. Nada de ímpetos.

Logo ao chegar, o empresário deixou claro que não avançaria sobre a empresa pelo menos ao longo dos próximos doze meses. Cumpriu. Depois, na oferta de ações da BRF do começo deste ano, foi comedido, não ampliou sua participação no capital como teria condições de fazer. Essa alternativa levantou polêmica com a fundação Petros, acionista histórica da BRF, mas com uma fatia pouco superior a 5% atualmente. Molina recuou de suas possibilidades para evitar levar polêmica à empresa.

Não seria agora que avançaria de forma agressiva sobre a empresa. Para quem o procura, ele tem dito que é preciso estudar a BRF e entender sua mecânica. E diz mais: que vê a empresa com uma gestão adequada, operacionalmente melhor do que durante a era Tarpon.

Dessa forma, não faria sentido chegar e promover mudanças sem entender antes se elas são necessárias. Tanto quer estar perto para compreender melhor o negócio que na chapa proposta, Molina é indicado para ser o chairman do conselho de administração — posição que ele ocupa também na própria empresa que ajudou a criar.

Juntas, Marfrig e BRF somam R$ 130 bilhões de receita anual, sendo R$ 80 bilhões da companhia de carne bovina. Na bolsa, Marfrig vale pouco mais de R$ 15 bilhões e Sadia mais Perdigão, quase R$ 20 bilhões.

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