Logo Exame.com
e-commerce

Mercado Livre dobra lucro no 2º tri e bate novo recorde

Números de compradores únicos e de itens vendidos são os maiores desde 2021, quando o varejo online ganhou força em meio à pandemia

Mercado Livre: receita do e-commerce cresceu 53%, puxada pelo Brasil, principal mercado (Leandro Fonseca/Exame)
Mercado Livre: receita do e-commerce cresceu 53%, puxada pelo Brasil, principal mercado (Leandro Fonseca/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 1 de agosto de 2024 às 17:36.

O Mercado Livre cresceu, de novo. A varejista online reportou lucro recorde no segundo trimestre: US$ 531 milhões, o dobro do que havia reportado um ano antes.

Os números vieram puxados pelo avanço de 53% na receita do e-commerce, enquanto a fintech Mercado Pago cresceu 28%. No consolidado a receita cresceu 42%, para US$ 5,1 bilhões, com destaque para a operação brasileira. A companhia pela primeira vez divulgou fluxo de caixa livre, que somou US$ 678 milhões.

SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT no Whatsapp

No e-commerce, a companhia vem consolidando sua liderança nos principais mercados, que incluem Brasil, Argentina e México. O GMV, indicador que mede as vendas brutas de mercadorias, aumentou 20% em relação ao ano anterior, chegando US$ 12,6 bilhões. O número de compradores únicos cresceu 19% e o de itens vendidos foi de 416 milhões, o maior desde 2021, quando o varejo online vivia um boom pela pandemia.

Essa fortaleza de resultados, de acordo com Richard Cathcart, diretor de relações com investidores do Mercado Livre, é o que traz confiança para a plataforma diante da entrada de novos competidores, como a chinesa Temu, que entrou no mercado brasileiro em junho.

“Os grupos de competidores mudam, mas sempre foi competitivo. Não vemos tanta mudança nesses trimestres”, diz ele. No México, a chinesa chegou há cerca de um ano e tem crescido com foco em itens de baixo valor, o que não é o principal negócio do Meli, que por lá seguiu crescendo cerca de 30%.

“Aqui ainda é recente para comparação, mas por lá não estamos sendo impactados negativamente por eles”, conta o diretor, destacando que, no Brasil, o preço médio do marketplace gira em torno de US$ 30, o que supera o tíquete médio dos itens vendidos pelos asiáticos.

No geral, a margem bruta do Mercado Livre cresceu 100 pontos-base, impulsionada pelo forte crescimento que diluiu empréstimos tomados pela empresa para funding de crédito.

A margem operacional, no entanto, teve recuo de 4,4 pontos, para 14,3%, pressionada por três fatores.

O primeiro é o impacto da economia da Argentina, onde o poder de compra segue pressionado. Por lá, a empresa tem visto alguma tendência de melhora com medidas que tem adotado, como mais parcelas e frete gratuito. O Mercado Pago também continuou forte, com a conta digital sendo usada como ferramenta de proteção à hiperinflação.

O segundo ponto foi o aumento de provisões por causa do avanço das emissões de cartão de crédito, uma forte aposta da companhia com o Mercado Pago. A carteira de cartões de crédito aumentou 146% no segundo trimestre, atingindo US$ 1,8 bilhão, crescimento impulsionado por 1,6 milhão de novos cartões emitidos no Brasil e no México.

Por fim, a companhia ainda tem custos maiores no curto prazo pelos investimentos feitos tanto e-commerce, com destaque para o fulfillment, quanto no Mercado Pago. No Brasil, por exemplo, a companhia anunciou R$ 23 bilhões em investimentos. “É um custo maior no curto prazo, mas é um ganha-ganha, vamos continuar investindo nisso.” 

 

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Afinal, quanto vale a Americanas? Após aporte, papel aguarda seu dia D

Afinal, quanto vale a Americanas? Após aporte, papel aguarda seu dia D

Após CEO, Carlyle quer troca também no conselho da Tok&Stok

Após CEO, Carlyle quer troca também no conselho da Tok&Stok