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Magalu tem vendas recordes de R$ 8,6 bi no trimestre, com alta de 49%

Companhia antecipou desempenho das vendas em julho, com aumento de 82% na comparação anual

MAGALU / Magazine Luiza.

CD em Jundaí/SP

Foto: Germano Lüders
16/04/2020
MAGALU / Magazine Luiza. CD em Jundaí/SP Foto: Germano Lüders 16/04/2020
GV

17 de agosto de 2020 às 18:52

O Magazine Luiza teve um trimestre com recorde em vendas. O total movimentado pela empresa em lojas e no comércio online próprio e para terceiros — o tal GMV, que o mercado tanto olha —  foi de 8,6 bilhões de reais, o que representa um crescimento de 49% sobre igual período do ano passado. Desse total, 78%, ou seja, 6,7 bilhões de reais, vieram do comércio eletrônico, após uma expansão anual de 182%.

Se o Mercado Livre não existisse, esse desempenho equivaleria a alcançar, ao mesmo tempo e pela primeira vez, a liderança em vendas de bens duráveis, em e-commerce e ainda em varejo esportivo. Trocando em miúdos: ultrapassar de uma só vez a Via Varejo, a B2W e a Centauro. “A gente nunca foi líder em nada. Não é um objetivo isolado, mas é um feito. Liderança importa no varejo”, afirmou Frederico Trajano, presidente da companhia, em entrevista ao EXAME In. “Essa é uma fotografia. Não é um filme. Precisamos nos esforçar para manter isso.”

O segundo trimestre, na opinião de Trajano, foi “o mais difícil da história para qualquer CEO.” Mas, ele enfatiza, que é uma história com três capítulos bem diferentes e lembra que em março a receita caiu pela metade abruptamente com o fechamento das lojas. Em abril, as vendas totais da companhia já tiveram crescimento, mas de 7%, com queda de 84% nas lojas físicas e aumento de 138% nas vendas digitais. Em maio, a receita subiu 46%, puxada pela alta de 203% no faturamento do e-commerce, enquanto as lojas físicas ainda tinham queda de 53%. Em junho, a expansão alcançou 85%, pois o online manteve expansão de 206% na comparação anual, mas a redução da receita nas lojas físicas caiu para 6%, mesmo com o percentual de lojas abertas ainda em 64%.

A companhia teve, no acumulado dos três meses, prejuízo de 62,2 milhões de reais, comparado a um lucro líquido superior a 85 milhões de reais, em relação a igual período de 2019. Os três capítulos se repetem na análise da última linha do balanço. Enquanto em abril houve um prejuízo de 148 milhões de reais, o resultado passou a um lucro líquido de 93 milhões de reais no mês de junho.

O Ebitda, como não poderia deixar de ser, seguiu a mesma trajetória: a margem saiu de 8,8% para 2,6% na comparação anual. Mas, do começo ao fim do trimestre, variou de -10% para 7,8%.

E a companhia já quis antecipar o que aconteceu em julho: as vendas totais subiram 82% na comparação anual, com aumento de 10% na receita de lojas físicas e 162% no e-commerce — isso com 70% das lojas abertas.

O executivo destacou que houve dois grandes efeitos além da digitalização que impulsionaram o trimestre: o fato de as pessoas terem ficado mais em casa e investido mais nela nesse período e o voucher de 600 reais mensais do governo. “Foi uma medida muito poderosa, talvez a de maior resultado no mundo. E o Brasil tinha uma plataforma muito sólida para fazer essa distribuição.” Trajano defendeu a manutenção do benefício, pelo impacto social eficaz que vem promovendo. “Espero que se o governo tiver de cortar que seja fazendo a reforma administrativa e com privatizações.”

A companhia reforçou a posição de marketplace e tem hoje 32.000 vendedores — os sellers (outros varejos não digitalizados), no jargão do mercado — plugados em sua plataforma. “Costumo dizer que eu quero ser o sistema operacional do varejo brasileiro.” Há um ano, esse total era de 8.000. O número de itens vendidos de terceiros saltou de 538.000 para 1,83 milhão, na comparação anual dos trimestres.

O desempenho de margem do trimestre contou com impacto positivo, pela primeira vez, da Netshoes. Sem revelar valor, Trajano contou que a unidade teve resultado positivo pela primeira vez em julho. “Essa companhia queimava 250 milhões de reais por ano quando a compramos, um ano atrás.”

Com essa combinação, o Magazine Luiza registrou uma geração de caixa de 2,2 bilhões entre abril e junho. “Costumo dizer que receita é necessidade, lucro é opinião e caixa é realidade.” Ao fim de junho, em razão disso, a empresa tinha 7,5 bilhões em caixa. O dinheiro disponível, considerados recebíveis do cartão, excedia os compromissos financeiros em 5,8 bilhões de reais — ante 800 milhões de reais um ano antes.

Trajano está otimista com o terceiro e quarto trimestre. “Eu não sou de fazer previsões, mas espero que o varejo responda bem até o fim deste ano, pelo menos.” Apesar disso, ele já vem destacando que os investidores não devem tomar as margens de junho como base para o próximo trimestre.

“Não houve custo de aquisição de cliente na pandemia. Mas vai subir daqui para a frente.” Ele destacou que a empresa lançou a iniciativa de cash back em julho e vai acelerar isso nos próximos meses. “Um dos meus maiores gaps em relação a grandes companhias do mundo é melhorar minha frequência e fazer o cliente comprar mais. E acho que o cash back vai ser uma ferramenta importante para isso. É um ponto muito importante para nossa estratégia de superapp.” Além disso, ele destacou que a empresa não demitiu mas também não contratou e que agora vai ampliar o total de funcionários em 2,5 mil, principalmente em atendimento e logística.

 

 

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