Magalu reverte prejuízo no 1° tri e reporta maior margem Ebitda em 4 anos
Varejista registrou lucro líquido de R$ 27,9 milhões, superando consenso
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 9 de maio de 2024 às 18:57.
Última atualização em 9 de maio de 2024 às 19:03.
O foco em ganho de rentabilidade pressionou o crescimento de vendas do Magazine Luiza no primeiro trimestre, mas levou a varejista a reportar margem Ebitda de 7,4%, a maior dos últimos quatro anos e um ganho na última linha de R$ 27,9 milhões, superando as estimativas do mercado.
No primeiro trimestre de 2024, a receita líquida do Magazine Luiza cresceu 1,9%, para R$ 9,23 bilhões, levemente abaixo da expectativa dos analistas, com as vendas brutas crescendo 3%, para R$ 16 bilhões. O Ebitda ajustado cresceu 54%, para R$ 688 milhões.
O desempenho na primeira linha ainda teve pressão do repasse de DIFAL, finalmente concluído, e da demanda ainda limitada das categorias core nas vendas 1P (vendas diretas) no e-commerce. Nesse canal, as vendas recuaram 2%.
No entanto, a operação do 3P manteve tendência de crescimento, avançando 6,4% e contribuindo para o avanço da receita de serviços, que cresceu 10% no período. O grande destaque na primeira linha, porém, foi mais uma vez o desempenho nas lojas físicas, cujas vendas cresceram 8% no consolidado, ou 9% na comparação de mesmas lojas.
“Nosso foco era aumentar margens, entregar rentabilidade mesmo com juros básicos de dois dígitos, então o desempenho mostra consistência”, diz Roberto Belíssimo, CFO do Magalu. A margem bruta da empresa cresceu 2,6 pontos percentuais, para 29,9%.
Concluído o repasse do Difal e com o horizonte de queda de juros básicos, a companhia começa a projetar recuperação do canal 1P ao longo do ano. Em abril, conta Belíssimo, as vendas cresceram um dígito alto, indicando um bom começo de segundo trimestre.
Mas o primeiro trimestre foi mesmo fora da curva. A geração de caixa somou R$ 2,7 bilhões em 12 meses. Apenas no primeiro trimestre de 2024, o capital de giro apresentou uma melhora de R$2,1 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com isso, conseguiu manter o caixa de dezembro, o que é raro no varejo. “Primeira vez que se manteve estável, em R$ 9 bilhões. Isso é consequência de uma geração de caixa operacional muito forte, com aumento de capital e pagamento de dívida.”
A melhora da linha de resultado financeiro, da ordem de 39%, foi importante alavanca para a varejista reportar lucro líquido. Foram cerca de R$ 3 bilhões de dívidas de curto prazo já pagos, com recursos da capitalização no começo deste ano, em que a família Trajano, controladora, investiu até R$ 850 milhões. Com isso, as despesas caíram 38%, com uma redução de 23% do pagamento de juros de financiamento. As dívidas remanescentes possuem vencimentos no final de 2025 e de 2026.
Além dos ajustes na operação de varejo, a companhia já colheu frutos da melhora de seu braço financeiro, o Luiza Crédito, que teve o segundo trimestre consecutivo de lucro.
A rentabilidade veio de redução de inadimplência e custo de funding e menos ao crescimento de carteira, hoje em torno de R$ 20 bilhões. “Não estamos, ainda, tendo crescimento nas lojas físicas por uma concessão de crédito maior. Estamos sendo conservadores na concessão”, diz o CFO. Historicamente o índice de financiamento do carnê e cartão nas lojas físicas é em torno de 50% e hoje está em 35% a 40%.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado