LVMH entra na Moncler, a marca italiana em que o luxo não esfriou
Império de Bernard Arnault compra fatia indireta na maison conhecida pelos casacos de puffer – e que segue acelerando o crescimento, na contramão do setor
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 27 de setembro de 2024 às 18:31.
Última atualização em 28 de setembro de 2024 às 14:33.
Sucesso no TikTok e queridinha de celebridades como Anne Hathaway, Kate Moss e Naomi Campbell, a fabricante de casacos e equipamentos de esportes de neve Moncler chamou atenção da gigante de luxo LVMH.
O conglomerado francês anunciou a compra de uma participação de 10% na Double R, o veículo de investimento do CEO da Moncler, Remo Ruffini. O valor não foi revelado.
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A Double R tem 15,8% de participação da Moncler e planeja aumentar essa fatia para 18,5% ao longo do próximo ano, com a ajuda do financiamento da LVMH.
Com isso, a LVMH tem a opção de aumentar sua participação na Double R para até 22%, o que elevaria sua participação indireta na Moncler para mais de 4%.
Como parte do acordo, a LVMH terá o direito de nomear dois membros para o conselho da Double R e um para o conselho da Moncler.
Uma verdadeira house of brands, a empresa do bilionário Bernard Arnault tem expandido seu império de luxo com aquisições, como a joalheria Tiffany & Co. e a grife de óculos Barton Perreira.
Mas o investimento na italiana tem um diferencial: a Moncler é das poucas empresas que têm escapado da onda de desânimo que o segmento de luxo tem enfrentado.
Em 2023, a Moncler reportou aumento de 17% nas vendas, chegando a quase 3 bilhões de euros, acima das estimativas dos analistas. O valor é quase quatro vezes maior do que registrava há dez anos.
Na contramão das outras maisons, a Moncler tem crescido justamente na Ásia, região que cuja recuperação lenta das vendas tem pesado para o restante das empresas do segmento.
Mesmo sendo a grande líder do mercado de luxo, a LVMH não tem conseguido escapar do ambiente de fragilidade das vendas. Por isso a participação na Moncler é vista como uma forma de se proteger de futuras recessões.
Conhecida pela qualidade técnica e a alta capacidade de aquecimento de seus casacos de plumas, a Moncler viu a demanda por suas ações se aquecer nesta sexta-feira.
O papel saltou quase 11% em Milão, para 57,74 euros. Em Paris, as ações da LVMH chegaram a 703,40 euros, avançando 3,67%.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado