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Balanços

Inter entrega novo lucro recorde e ROE de dois dígitos

Banco lucra R$ 223 milhões no segundo tri e supera consenso; ROE chega a 10,4%

Inter: Carteira de crédito avançou 11% no trimestre, com inadimplência estável (Inter/Divulgação)
Inter: Carteira de crédito avançou 11% no trimestre, com inadimplência estável (Inter/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 7 de agosto de 2024 às 07:53.

O Inter &Co voltou a entregar um lucro recorde no segundo trimestre, de R$ 223 milhões, quase três vezes maior que o do mesmo período do ano passado e um pouco acima do consenso de mercado — que já havia sido revisado para cima depois dos números do começo do ano e apontava para R$ 210 milhões.

A título de comparação, no ano passado como um todo Inter teve lucro de R$ 350 milhões. Com avanço consistente de crescimento e rentabilidade, só no primeiro semestre deste ano, a última linha do balanço já soma R$ 420 milhões.

O retorno sobre patrimônio (ROE) passou pela primeira vez o patamar dos dois dígitos, chegando a 10,4%, contra os 9,7% do primeiro trimestre.

“Incrementamos a penetração nos clientes, fazendo com que eles contratem mais produtos nossos e mudamos nosso mix [de crédito] mais em direção para FGTS, home equity e cartões, que tem uma rentabilidade muito boa”, resume o CFO Santiago Stel.

A meta do banco é chegar a um ROE de 30% até 2027, dentro do seu plano 60/30/30, que prevê 60 milhões de clientes e 30% de índice de eficiência, que mede o quanto das receitas do banco são consumidas por despesas.

A carteira de crédito cresceu 35% na comparação anual e 11% sobre o primeiro tri, chegando a R$ 35,7 bilhões, puxada principalmente pelo consignado com FGTS, que quase dobrou na comparação anual, seguida por home equity, que cresceu 50%. 

Com um perfil de carteira de crédito bastante amparado em garantias, o Inter também tem feito apostas mais graduais em modalidades de mais risco, como o PIX parcelado, cuja carteira mais que dobrou, passando de R$ 170 milhões pra R$ 330 milhões.

Apesar do maior apetite de risco, a inadimplência do Inter ficou praticamente estável frente ao primeiro tri, em 4,7% considerando os créditos vendidos há mais de 90 dias.

“Estamos muito focados no underwriting [concessão] dentro da nossa carteira de clientes, que já conhecemos. Cerca de 80% do crédito novo nesse trimestre veio de clientes que já tinham algum tipo de crédito no banco”, diz Stel.

O CFO reforça o potencial de cross-selling na sua base de clientes, já que hoje o saldo médio de crédito por cliente do banco é de R$ 1,2 mil, “muito abaixo” da média dos bancos tradicionais.

Mesmo num ambiente mais saturado em termos de ofertas de soluções bancárias no país, o Inter seguiu a atrair 1 milhão de clientes ativos novos no segundo trimestre, mantendo o ritmo que já vem registrando desde o ano passado, com o custo de aquisição por cliente (CAC) estável.

Ao fim do segundo trimestre, eram ao todo 33 milhões de clientes, com taxa de ativação de 55,4%, somando 18,4 milhões de usuários ativos, ou seja, que realizam operações regulares com o banco.

O CFO disse ao INSIGHT que cerca de dois terços desses clientes ativos usam o Inter como seu banco principal, uma taxa que vem aumentando nas novas safras de adições de clientes. “Nas novas safras, a taxa de principalidade chega a 70%, 72%, mostrando nosso diferencial em termos de proposta de valor, que é ter uma oferta muito completa em termos de produtos e serviços.”

Do lado das despesas, gastos com marketing e contratação de equipe de tecnologia fizeram a empresa romper a sequência de melhoras no índice de eficiência, que teve uma leve alta de 20 pontos-base em relação ao primeiro trimestre e fechou em 47,9%.

“A evolução no indicador não vai ser necessariamente linear, mas temos convicção de que a receita vai crescer bem acima da despesa olhando, trazendo esse movimento de alavancagem operacional.”

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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