Com operação afinada, C&A reforça tendência de crescimento e lucra R$ 43 milhões no 3º tri
Iniciativas de melhoria de sortimento, maior venda por metro quadrado e oferta de crédito ao consumidor têm sido os antídotos para pressões econômicas e da concorrência, diz CEO
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 20:52.
Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 21:35.
Na C&A, as iniciativas de melhoria e eficiência na gestão de sortimento, maior venda por metro quadrado e oferta de crédito ao consumidor têm sido os antídotos para as pressões externas de consumo e concorrência, segundo Paulo Correa, CEO da varejista de moda.
As medidas que ajudaram a companhia a reportar números mais fortes nos últimos trimestes (no segundo trimestre, o lucro líquido saltou 20 vezes) e ganhar recomendação de compra de ações por diversos analistas dos grandes bancos foram, mais uma vez, as alavancas para o resultado da companhia no terceiro trimestre e devem proteger os negócios num ambiente mais restritivo com o aumento dos juros básicos.
SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT no Whatsapp
"Passamos por fases muito mais difíceis, como foi o 2023, e estávamos crescendo, avançando. Eu não consigo ver por que não continuar a nossa jornada", diz em entrevista ao INSIGHT.
No terceiro trimestre, a varejista de moda reverteu seu prejuízo de R$ 44 milhões registrado um ano antes e reportou um lucro de R$ 42,8 milhões. Um dos destaques foi a divisão de serviços financeiros C&A Pay, cujo resultado foi positivo em R$ 17 milhões e a participação nas vendas chegou a 25,3%, 3 pontos percentuais a mais do que um ano antes.
A receita da companhia cresceu 17%, para R$ 1,8 bilhão, com um avanço de 18% nas vendas de vestuário em mesmas lojas -- o que deve impulsionar os papéis no pregão desta quinta-feira, 7, e animar o mercado também para os resultados de suas concorrentes. A Guararapes divulgou aumento de 10% nas vendas em mesmas lojas. A Renner divulga seus números amanhã.
Registrou ainda melhora de 22% no lucro bruto, que chegou a R$ 978,5 milhões, e margem bruta 2,7 pontos percentuais acima do mesmo período de 2023, a 53%. O Ebitda da companhia cresceu 55%, para R$ 316 milhões.
Com a operação afinada, especialmente após trabalho de ajuste nos estoques e capital de giro, a geração de caixa se acelerou, reduzindo a alavancagem da companhia de 2,9x em 2023 para 1x ao fim de setembro.
"Temos uma filosofia de consistência muito grande. Toda a história de margem e de vendas está tendo uma performance consistente e a gente continua tendo essa capacidade. E isso está vindo com um aumento da base de clientes."
Parte relevante desses ganhos veio da maior produtividade nas lojas, "o motor de crescimento" da C&A, segundo Correa. A companhia está rodando o Projeto Dispersão, olhando para isso. Ao fim de setembro, eram 75 lojas dentro do programa, que deve servir de base para um novo conceito de loja a ser lançado em 2025.
Em boa fase, a companhia reforçou os investimentos em marketing, com o lançamento da campanha "A gente se encontra na C&A", que compõe os R$ 81 milhões de investimentos da estratégia Energia, que também tem como foco tecnologia e novas lojas, além de reformas de lojas tradicionais, como a do Shopping Ibirapuera.
"A campanha tem a ver com a ideia da pessoa encontrar outras pessoas lá, encontrar pessoas que a ajudam, encontrar aquilo está procurando e se encontro como pessoa", afirma o CEO.
As ações da C&A acumulam alta de quase 84% no ano, negociadas a R$ 13,81.
Saiba antes. Receba o Insight no seu email
Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade
Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado