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Com menos de dois anos na B3, Grupo Soma quadruplicou de tamanho

Empresa quer acabar com ceticismo do mercado e mostrar que Hering pode dobrar receita em cinco anos

Hering repaginada: Grupo Soma vai detalhar planos para companhia catarinense, adquirida por mais de R$ 5 bi (Graziella Valenti/Exame)
Hering repaginada: Grupo Soma vai detalhar planos para companhia catarinense, adquirida por mais de R$ 5 bi (Graziella Valenti/Exame)
GV

Graziella Valenti

30 de março de 2022 às 10:19

O Grupo Soma faz hoje o primeiro Investor Day desde que listou suas ações na B3, em julho de 2020. A companhia estreou no pregão avaliada em R$ 4,4 bilhões e agora vale perto de R$ 12 bilhões. Quando chegou para contar sua história e projeto aos investidores era um negócio com receita líquida anual de R$ 1,3 bilhão — pelo balanço de 2019, pré-pandemia. Em menos de dois anos, o negócio mudou completamente de tamanho: o faturamento líquido consolidado apenas do quarto trimestre do ano passado foi de R$ 1,2 bilhão. Em outras palavras: a empresa quadruplicou em 18 meses, já que o balanço se refere à dezembro.

Esse salto passa pela compra da Hering, a maior empresa de moda básica do país, mas não apenas. Carrega também um crescimento relevante das marcas que já estavam no portfólio. A trajetória do grupo, portanto, é muito diversa de outras iniciativas que tentaram consolidar o mercado de moda. Excluída a companhia catarinense dos números, o grupo teve uma expansão de 60% na receita líquida em 2021, na comparação com 2019 — e ficou acima de R$ 2 bilhões.

“Geração de desejo” é o coração da filosofia por trás do Grupo Soma que explica o desempenho, segundo afirma Gabriel Lobo, CFO e relação com investidores da companhia em entrevista exclusiva ao EXAME IN. O grupo, além de um modelo calcado em tecnologia, análise de dados e gestão da cadeia de suprimento e distribuição que atravessa todas as operações, é focado no respeito à identidade criativa de cada marca. “Cada uma tem um DNA próprio e nosso objetivo é valorizar e acelerar essa capacidade individual”, reforça Lobo. “Por isso, esse nosso primeiro evento é um Investor Day das marcas.”

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No encontro com o mercado, além de mostrar que possui hoje uma carteira mais diversificada, a ideia é colocar os investidores em contato com “os personagens” da empresa e, junto com isso, mostrar o potencial que existe para ser explorado ainda em cada uma delas. “Somos hoje uma empresa muito mais complementar, em portfólio, e estamos melhor posicionados para crescimento no longo prazo, com mitigação de riscos”, diz Lobo, a respeito do portfólio, que além de Hering ganhou a nativa digital NV, após o IPO (e a Maria Filó na época em que estava fazendo a oferta pública).

Entre os grandes nomes do grupo que farão apresentação está Katia Barros, diretora de criação da Farm, a marca que depois da disrupção feita no mercado brasileiro de moda parte agora para um caminho global. A executiva vai justamente apontar quais rotas serão seguidas além das fronteiras nacionais.

Essa será a primeira apresentação mais detalhada da Farm Global para investidores. Durante o IPO da companhia, esse potencial externo foi alvo de muito interesse. Mas, na época, o CEO do Soma, Roberto Jatahy, evitou encher o mercado de esperanças, pois deixava claro que aqueles eram mares inexplorados ainda para o grupo.

Agora, com as oportunidades da empresa mapeadas, o assunto se torna finalmente pauta para os investidores. “Vamos mostrar o quão disruptiva é essa história”, antecipa Lobo. No fim de 2021, o EXAME IN contou em primeira mão o tamanho do que o grupo tem nas mãos. A Farm Global tem condições de, já em 2024, ultrapassar a Farm Brasil em receita e responder por cerca de 50% do resultado do grupo, uma vez que sua contribuição em margem (pela natureza da receita em moeda estrangeira) é maior que a média do portfólio doméstico.

Além da Farm (Brasil e Global), Animale e NV são as marcas que devem ter bastante espaço durante o encontro, que ainda quer reforçar o que o grupo vê de oportunidade na Hering. O movimento de R$ 5 bilhões realizado para compra da empresa ainda tem céticos entre os investidores.

Lobo reforça que a empresa vê espaço para dobrar a Hering de tamanho em cinco anos. Em 2019, a companhia teve uma receita líquida de R$ 1,5 bilhão — volume que caiu para R$ 1 bilhão em 2020, com a pandemia. Mas, no quarto trimestre de 2021, o primeiro período de três meses completamente sob gestão do Soma, o negócio mostrou reação e teve o melhor desempenho da história para esse período, com faturamento bruto de R$ 650 bilhões.

Será feita uma imersão para os investidores de tudo que já foi realizado na marca durante os últimos seis meses. “Vamos mostrar tudo que já fizemos, que é muita coisa, e o que ainda vamos fazer.” Quem for presencialmente no encontro, inclusive, verá em um show room como será “a nova cara” da Hering — adiantado com exclusividade pelo EXAME IN, que flagrou a loja do shopping JK Iguatemi, em São Paulo, reformada para o Natal (a única até aquele momento). "Também a Hering vai se transformar em uma marca de desejo e já estamos trabalhando muito forte nisso."

 

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