Citi vê dois gatilhos para a Braskem e recomenda compra – mesmo sem M&A no horizonte
Após revisar recomendação, as ações passaram a subir fortemente, com os papéis figurando como a maior alta do dia no início da sessão
Rebecca Crepaldi
Repórter de finanças
Publicado em 20 de agosto de 2024 às 12:23.
Última atualização em 20 de agosto de 2024 às 12:30.
Com as conversas sobre uma possível venda de controle em banho-maria e um ciclo ainda difícil para a indústria petroquímica, a ação da Braskem (BRKM5) caiu mais de 10% no último mês, ficando de fora do rali da Bolsa.
Para o Citi, nesse patamar de preço, negociada a 9,4 vezes EV/EBITDA, a empresa está "barata o suficiente" – com gatilhos no curto prazo que podem impulsionar a ação.
O banco revisou sua recomendação de neutra para compra, puxando para cima os papéis da companhia, que chegaram a bater alta de 6% no começo da sessão, antes de amenizarem a alta. Por volta das 12h10, a valorização era de 1,15%.
Apesar da recomendação de compra, o Citi reduziu o preço-alvo de R$ 23,50 para R$ 22,50 – o que ainda representa um potencial de alta de 31% em relação ao fechamento de R$ 17,17 da segunda-feira, 19.
Para os analistas, há dois fatores positivos no horizonte. O primeiro seria o possível aumento na tarifa de importação de produtos petroquímicos no Brasil, que está sendo analisado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), implicando um potencial aumento anual de cerca de US$ 300 milhões no Ebitda ajustado.
Já o segundo diz respeito ao fechamento de algumas plantas petroquímicas no mundo, resultando em um equilíbrio mais apertado de oferta e demanda, devido às margens apertadas.
O Citibank também destaca que projeta melhores resultados no terceiro trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023, devido a redução de despesas, melhor desempenho na operação brasileira após a paralisação na planta de Triunfo (RS) e melhores spreads petroquímicos no Brasil e no México.
Os analistas do banco destacam que o retorno de conversas sobre M&As pode ser um catalisador para as ações. "Mas vemos os desenvolvimentos relacionados ao evento geológico em Alagoas como o principal risco negativo para a tese, que está em território de alto risco", escreve Gabriel Barra.
Além disso, uma possível recessão poderia impactar negativamente a demanda e a previsão de spreads no médio prazo, mas pontuam que parte desse efeito já está incorporado nos spreads mais fracos para o próximo ano.
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Rebecca Crepaldi
Repórter de finançasJornalista formada pela Unesp, mestranda em Jornalismo Científico na Unicamp e especializada em Jornalismo Econômico pela FGV. Tem mais de 5 anos de experiência em redação com passagens pelo G1 e Estadão.