Logo Exame.com
Breaking NewsFusões e Aquisições

Petz e Cobasi selam fusão; ação sobe mais de 25%

Termos são próximos aos anunciados em abril, com leve ajuste na parcela entre troca de ações e dinheiro

Petz: pela nova estrutura, acionistas da Petz ficarão como 52,6% da nova empresa e os da Cobasi, com 47,4% (damedeeso/Getty Images)
Petz: pela nova estrutura, acionistas da Petz ficarão como 52,6% da nova empresa e os da Cobasi, com 47,4% (damedeeso/Getty Images)

Publicado em 16 de agosto de 2024 às 11:10.

Última atualização em 16 de agosto de 2024 às 11:57.

Petz e Cobasi anunciaram hoje um acordo definitivo para a fusão, criando uma líder inconteste no varejo pet com faturamento de R$ 7 bilhões — e surpreendendo um mercado que via grandes chances da transação, anunciada em abril, não sair do papel.

Em resposta, os papéis da Petz sobem 27%, para R$ 4,36, após terem despencado quase 10% no pregão de ontem pós um balanço fraco. Nos últimos meses, a ação tinha caído bastante, com os investidores deixando de precificar possíveis sinergias e a parcela em cash prevista na operação.

SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT no Whatsapp

Os termos ficaram próximos aos anunciados na época. Pela combinação, os acionistas da Petz ficarão como 52,6% da nova empresa e os da Cobasi, com 47,4%.

Há também a previsão de pagamento, em dinheiro, de uma parcela de R$ 400 milhões aos acionistas de Petz.

Desse valor, R$ 270 milhões irão para o caixa da nova empresa e R$ 130 milhões serão em dividendos, a serem distribuídos antes do fechamento da transação.

No acordo preliminar, a relação era de 50% para cada parte, mais R$ 450 milhões em cash.

Segundo pessoas próximas à transação, os acionistas de Cobasi e Petz chegaram à conclusão de que essa nova estrutura era a melhor para maximizar valor para a companhia combinada e os acionistas, sobretudo em questões tributárias.

Conforme publicou o INSIGHT, a demora na negociação deveu-se mais a questões burocráticas do que a grandes divergências entre os sócios.

Na nova composição, a família Nassar será a maior acionista, com 42,6% do negócio, enquanto Zimerman terá 16,5% — 24,9% se considerados instrumentos financeiros derivativos com liquidação física e liquidação econômica. A Kinea ficará com 3,7%, com os 37% restantes em free float.

Nos primeiros seis meses, haverá um lock up total para as ações.

Pela estrutura acordada, a Petz será incorporada à Cobasi. O acerto final também envolve a concessão de uma linha de crédito aos acionistas da Petz que tiverem interesse em discutir judicialmente a não incidência de Imposto de Renda sobre ganho de capital em decorrência da incorporação de ações.

A Petz entende que não há fato gerador para incidência de IR, mas pode ser contestada na Justiça. A concessão do empréstimo a toda base de acionistas e não só a Sergio Zimermann, o maior deles, é um precedente aberto pelo caso Localiza e Unidas.

Sinergias

A companhia também detalhou como devem ser os ganhos de sinergias. Para isso, Petz e Cobasi contrataram a consultoria McKinsey para um estudo preliminar sobre os potenciais ganhos de eficiência.

Além da esperada racionalização na expansão de lojas, a companhia espera ganhos nas negociações comerciais, nas despesas de marketing. Também espera um aumento da produtividade de serviços e cross-sell de produtos, com destaque para a operação da Seres, marca de medicina veterinária da Petz.

A companhia espera alcançar ganho incremental de R$ 220 milhões a R$ 330 milhões de Ebitda anual. A perspectiva é de alcançar 85% das sinergias em até três anos, de acordo a CFO, Aline Penna, em teleconferência realizada nesta manhã. Considerando a potencialidade de aprovação pelo Cade ainda no início do próximo ano, a empresa acredita que o início de ganhos das sinergias deve acontecer no segundo semestre de 2025 e o início de 2026.

A direção da Petz também estima que a nova companhia tenha uma alavancagem entre 0,5 vez e 0,75 vez.

A reportagem foi atualizada para incluir as informações divulgadas pela companhia na teleconferência para analistas e investidores realizada a partir das 11h desta sexta-feira. 

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

Continua após a publicidade
Prio anuncia compra de campo de Peregrino por US$ 1,9 bi

Prio anuncia compra de campo de Peregrino por US$ 1,9 bi

Na Santos Brasil, um comprador inesperado – e um prêmio de 20%

Na Santos Brasil, um comprador inesperado – e um prêmio de 20%