Com R$ 3 bi em capital segurado, Azos recebe aporte de R$ 55 mi
Recursos serão investidos em tecnologia e contratação de talentos
Publicado em 30 de novembro de 2021 às 06:27.
Última atualização em 30 de novembro de 2021 às 08:51.
Após um ano da primeira rodada de venture capital, a insurtech Azos voltou a se capitalizar. Por um bom motivo: se preparar para acelerar ainda mais o crescimento e tornar mais robusta tanto a frente tecnológica como a oferta dos produtos. A companhia acaba de levantar R$ 55 milhões, em uma operação liderada pela gestora Prosus, a antiga Naspers Ventures. A emissão de ações foi acompanhada dos sócios mais antigos, Kaszek Ventures e Maya Capital.
A curiosidade? A emissão de agora tem praticamente o mesmo tamanho (um pouco menor) em percentual do capital do que a rodada de 2020. Quanto é esse percentual, os sócios fundadores do negócio — Renato Farias (ex-diretor de operações internacionais da DogHero), Rafael Cló (ex-líder de análise de varejo da Kraft Heinz) e Bernardo Ribeiro (ex-gerente de marketing do Burger King) — preferem manter em sigilo. A matemática sugere, pois, que o valor implícito da Azos foi multiplicado por cinco nesse período de um ano.
Não é difícil entender o motivo. A companhia, que colocou os primeiros produtos na rua nos meses de abril e maio deste ano, já tem R$ 3 bilhões em capital segurado. Foi nessa época em que divulgou suas primeiras ofertas que o mercado tomou conhecimento que o trio de amigos levantou quase R$ 13 milhões em novembro de 2020 — sete meses depois de um aporte de R$ 500 mil feito por investidores anjos para que o projeto idealizado desde 2019 começasse a se tornar realidade.
A proposta da insurtech, que nasceu a partir de experiências ruins dos sócios com esse mercado, é tornar os seguros de vida, invalidez e doenças graves muito mais acessíveis, por meio de ganhos de eficiência e redução de custo. E também mais simples de serem contratados: a compra pode ser feita online, diretamente, ou por meio de um corretor independente — canal que a empresa vê como essencial.
Cló conta, em entrevista ao EXAME IN, que durante esse período já deu para perceber que a Azos é capaz de “capturar” da concorrência clientes considerados de classes A e B, com coberturas entre R$ 500 mil e R$ 800 mil, além de contribuir para a expansão do tamanho do mercado ao colocar as versões de custo bem mais atrativo no mercado. "É muito mais difícil reter um cliente com apólices em torno de R$ 250 a R$ 350, como as que predominam hoje entre as líderes desse setor", comenta ele, reforçando que isso abre espaço para a Azos crescer. A companhia chegou ao mercado com ofertas de apólices a R$ 5 para coberturas entre R$ 20 mil e R$ 2 milhões.
O destino do dinheiro novo, segundo o executivo, CEO da companhia, é tecnologia e gente. A startup tem atualmente um time de 65 colaboradores e o plano é terminar o primeiro trimestre de 2022 com 100 pessoas. Nesse mesmo momento, a Azos também quer oferecer aos clientes seu aplicativo. A proposta com a ferramenta é incentivar as pessoas a cuidarem mais e melhor de sua saúde por meio de estímulos financeiros. Para isso, vai se conectar a outros aplicativos do usuário. “É uma realidade que as pessoas vivem mais. A ideia é ajudar a também viverem melhor”, destaca Cló, que prefere ainda fazer suspense sobre a estratégia.
Junto com o aplicativo, serão feitos investimentos para melhorar o portal que os corretores usam para vender os seguros. “Somos a única empresa em que o corretor consegue fazer a contratação por meio do celular. Já somos muito mais simples, mas dá para melhorar. Sempre dá.” Ele explica que consegue dar retorno sobre aprovação do cliente em horas, o que outras seguradoras levam entre 10 e 14 dias.
Na frente comercial, a ideia é dentro do tripé de produtos atual criar algumas variações e novidades. A Azos se propõe a vender uma experiência que está de acordo com a real necessidade e desejo do cliente — e que cabe no bolso.
Agora, a startup quer ajudar ainda mais o mercado brasileiro a se desenvolver e crescer. Atualmente, esse segmento movimenta mais de R$ 270 bilhões por ano e, mesmo assim, está muito distante dos níveis internacionais de penetração do produto. O desafio não é pequeno: vender um instrumento de proteção ao qual o brasileiro está pouco familiarizado e competindo com gigantes como Bradesco e Prudential.
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