Com quarto trimestre forte, BTG coroa ano de recordes
Lucro cresceu 61% nos últimos três meses de 2023, com avanço no retorno sobre patrimônio; ganhos de eficiência devem continuar neste ano, sinaliza o banco
Natalia Viri
Editora do EXAME IN
Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 06:24.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 06:33.
Coroando um ano de crescimento expressivo em meio a um ambiente desafiador, o BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME) encerrou 2023 com lucro e receitas recordes, puxados por avanço expressivo em praticamente todas as linhas de negócio e uma captação líquida de R$ 205 bilhões, na contramão do mercado.
Com controle de despesas, o índice de eficiência – que mede o quanto da receita vai para cobrir custos – caiu de 40% para 38,2% e o retorno sobre patrimônio subiu 1,9 ponto percentual, para 22,7%. No material de apresentação para analistas, o banco indica que o movimento deve continuar neste ano, sinalizando que vê espaço para continuar na trajetória de alavancagem operacional e ganhos de ROE.
Em 2023, o BTG faturou R$ 21,6 bilhões e teve um lucro líquido de R$ 10,4 bilhões, alta de 25% em relação ao ano anterior para ambos os indicadores.
“Em um ano desafiador nos mercados de crédito e capitais, fomos capazes de entregar uma performance recorde, com expansão significativa das nossas franquias de clientes”, disse o CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, em nota. “Seguimos obtendo alavancagem operacional em nossa plataforma, ao mesmo tempo em que fortalecemos nossa cultura centrada no cliente.”
No quarto trimestre, o lucro do BTG foi de R$ 2,8 bilhões, alta de 61% na comparação anual, com receita de R$ 5,7 bilhões, 56% superior. Excluindo uma provisão não recorrente, que derrubou o lucro dos últimos três meses de 2022 (referente a linhas de risco sacado que ganharam notoriedade com o caso Americanas), o crescimento é menor, mas ainda impressiona: 18% e 21%, respectivamente.
O desempenho foi puxado por praticamente todas as linhas, com destaque para o faturamento de sales and trading, que cresceu 24%, para R$ 1,5 bilhão, e de asset management e wealth, que avançou 18% e 26%.
No investment banking, a receita ficou praticamente estável, com leve queda de 4% – um desempenho melhor que o da primeira metade do ano, quando o mercado de equities fraco se somou ao congelamento das emissões de dívida após os sustos de Americanas e Light. No ano, a área teve queda de 12% na receita, para R$ 1,6 bilhão.
No quarto trimestre, o BTG seguiu com boa captação no wealth management – segmento cujas receitas crescem pelo 20º trimestre consecutivo – com R$ 26,5 bilhões em entradas líquidas. Na asset, o chamado net new money foi de R$ 14,5 bilhões, somando R$ 80,4 bilhões no ano, enquanto a indústria de fundos em geral registrou resgates de R$ 137,8 bilhões, de acordo com dados da Anbima.
Na área de crédito, a receita foi recorde entre setembro e dezembro, de R$ 1,3 bilhão. No ano, o segmento gerou R$ 5,3 bilhões em receitas, alta de 88% – impactada em parte pela provisão de risco sacado, que acabou reduzindo a receita do ano passado. O portfólio de crédito atingiu R$ 171,6 bilhões em 2023, alta de 19% sobre 2022, sendo R$ 20,5 bilhões referente ao portfólio de pequenas e médias empresas (PMEs).
O total de ativos sob gestão e administração do banco chegou a R$ 1,6 trilhão. O índice de Basileia fechou o ano em 17,5%, 2,4 pontos percentuais acima do fim de 2022.
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Natalia Viri
Editora do EXAME INJornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.