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BTG Pactual

BTG dá crédito de R$ 400 milhões para aposta em Banco Inter

Únicos acionistas com capacidade de fornecer posição para transação são controladores, SoftBank e o fundo Ponta Sul

BTG Pactual: o banco não quis comentar a operação (Leandro Fonseca/Exame)
BTG Pactual: o banco não quis comentar a operação (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 17 de abril de 2020 às 20:26.

Última atualização em 17 de abril de 2020 às 20:30.

O BTG Pactual montou um “total return swap” (TRS) para alguém em Banco Inter. O banco divulgou comunicado que tem uma posição comprada de 6,37% no capital da instituição e, ao mesmo tempo, derivativos que equivalem a uma participação vendida de 6,31%. O comunicado foi divulgado hoje à tarde. Consultado, o BTG (do mesmo grupo que controla a Exame) não comentou a transação.

Na prática, um TRS significa que alguém contratou com o BTG uma operação de crédito. Nela, o banco fornece recursos de um lado e compra ações do Inter do outro. Quem contratou a operação, recebe a diferença positiva entre o custo do dinheiro e valorização da posição, se houver alta das ações do Inter. Mas, se os papéis caírem na bolsa, o contratante do swap paga ao BTG o custo do empréstimo mais a perda com os papéis.

Pelo valor de mercado desta sexta-feira, 6,3% das ações do Banco Inter equivalem a 400 milhões de reais. As ações do Banco Inter caíram 42% em 2020, mas estão em alta de 10% desde o dia 12 de março, quando atingiram o menor valor este ano.

Essa estrutura é recorrentemente usada por companhias em programas de recompra de ações. É uma forma de a empresa gerar a demanda compradora prometida aos investidores, mas sem “empatar” todo volume de caixa necessário na transação. Quem deixa o dinheiro aplicado nas ações é do Inter, nesse caso, é fornecedor do swap, ou seja, o BTG. Quem contrata, só faz o acerto de contas: ou pagando ou recebendo, conforme o movimento das ações no mercado.

Quem contrata um TRS acredita na valorização das ações da companhia alvo, mas não quer deixar o dinheiro “parado” na aposta. O negócio já deu dinheiro para muita gente, mas já gerou perdas importantes também. Entre companhias conhecidas que fizeram essa transação – e que perderam com elas – estão CSN e BRF, em momentos diferentes.

Na terceira-feira, a corretora do BTG Pactual colocou à venda um lote praticamente igual ao relatado no comunicado desta tarde.

Na base acionária do Banco Inter, apenas três acionistas têm essa participação para oferecer. O primeiro é o controlador, Rubens Menin, com 26,8% do capital total do banco. Os demais são o SoftBank (pelo veículo La Bi Holdco) e o fundo Ponta Sul, cada qual com 14,8%. O Ponta Sul foi um dos fundos que mais sofreu com a crise atual.

Ninguém até o momento anunciou uma redução na sua posição total. Para quem tem uma posição na empresa e troca por um swap, a vantagem é que libera o volume absoluto dos recursos e, a partir de agora, faz apenas ajustes de contas com o BTG Pactual durante a vigência do contrato.

Para quem decide. Por quem decide.

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