BTG compra Sertrading e entra em comércio exterior
Banco abre nova linha de negócios com aquisição da companhia especializada em importação que cresceu cinco vezes em cinco anos e transaciona R$ 23 bilhões
Natalia Viri
Editora do EXAME IN
Publicado em 18 de julho de 2024 às 06:44.
O BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a Exame) acaba de anunciar a compra da Sertrading, uma das principais empresas de comércio exterior do Brasil e que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos com serviços de importação para as principais companhias que atuam no país.
A aquisição, que não teve o valor revelado, marca a criação de uma nova linha de negócio no banco, num momento em que a balança comercial vem batendo recordes.
Com a transação, o BTG vai oferecer mais um serviço à sua base de clientes, fortalecer sua posição em trade finance, além de destravar um amplo potencial de cross-selling e extração de sinergias em produtos financeiros.
Os quatro sócios da Sertrading, incluindo o fundador Alfredo de Goeye e o vice-presidente Luciano Sapata, seguirão à frente da operação e se tornarão sócios do BTG.
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Fundada há 20 anos, a Sertrading é especializada em serviços dedicados à importação, que vão desde o desembaraço dos produtos até financiamento e logística para trazer os produtos para o Brasil, passando pelo planejamento tributário.
Com uma plataforma tecnológica e serviço especializado, a companhia saiu de R$ 5 bilhões transacionados em 2019 para R$ 19 bilhões em 2023. Neste ano, a expectativa é chegar a R$ 23 bilhões em transações. A empresa tinha patrimônio líquido de R$ 400 milhões ao fim do ano passado.
A Sertrading atende empresas de médio e grande porte nacionais e multinacionais em 16 setores da economia, que vão desde aviação executiva, na lideração de importação de jatos e helicópteros, passando por máquinas e equipamentos até insumos farmacêuticos.
Na sua carteira, estão gigantes como a Ambev, onde a Sertrading é responsável por boa parte da importação de insumos como lúpulo, malte e cevada para a produção das cervejas.
Em boa parte dos casos, a companhia financia a importação, ficando responsável por comprar os produtos fora do país, trazê-los para cá e armazená-los, faturando apenas quando eles de fato chegam até a companhia – já incluindo aí operações de hedge.
Outro setor de forte atuação da Ser é o automobilístico, com a importação de veículos para empresas como a Ford e de peças também para outros players que produzem no Brasil. No fim do ano passado, a companhia investiu R$ 30 milhões para criar um centro dedicado ao setor no Porto de Vitória (ES), já de olho no crescimento dessa vertical.
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Natalia Viri
Editora do EXAME INJornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.