Eneva levanta R$ 3,2 bi em oferta, a R$ 14 por ação
BTG deu garantia integral da operação a este preço; demanda de mercado ficou próxima de R$ 1 bi
Natalia Viri
Editora do EXAME IN
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 18:11.
Última atualização em 11 de outubro de 2024 às 12:03.
A Eneva acaba de fechar sua oferta subsequente de ações, levantando R$ 3,2 bilhões – sem colocar o lote adicional de R$ 1 bilhão que poderia vir a mercado se houvesse demanda extra.
A ação saiu a R$ 14 por ação, no valor garantido pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame), que tem 38% dos papéis via o próprio banco e um veículo separado por principais sócios.
Ainda não está claro a fatia que vai ficar com o banco. Mas, segundo fontes, a demanda de mercado girou em quase R$ 1 bilhão, vindo principalmente de investidores long-only. Metade dessa demanda veio de estrangeiros e metade de locais.
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“Houve um esforço grande dos bancos coordenadores para trazer investidores de qualidade na oferta”, pondera um gestor que acompanhou de perto o processo.
A Cambuhy, dos Moreira Salles, que tem 20% do capital, não acompanhou a oferta.
Com a expectativa de uma oferta quente, no começo da semana, a Eneva chegou a ser negociada acima dos R$ 14 garantidos pelo BTG, beliscando os R$ 14,20 na segunda e na terça-feira.
Mas, em meio à virada de mão do mercado, o papel perdeu o patamar na terça-feira, diminuindo o apetite de fundos multimercados e mais táticos que poderiam estar de olho na arbitragem dos papéis.
“Quem entrou é quem quer construir uma posição maior e de mais longo prazo na companhia”, afirma um outro investidor da empresa. Hoje, o papel fechou a R$ 13,95.
Dos recursos captados, R$ 1,2 bilhão será usado para comprar duas térmicas do BTG – a Gera Maranhão e a Linhares – com pagamento em dinheiro.
Outras duas térmicas serão adquiridas com pagamento em ações. A Eneva vai emitir mais 126 milhões de ações, também a R$ 14, avaliando essas duas térmicas em R$ 1,7 bilhão.
A depender do quanto o BTG leve na oferta-base, a sua participação pode passar dos atuais 38,3% para uma faixa entre 41% e 50%. (O aumento de participação virá integralmente via o veículo dos sócios.)
O restante dos recursos vai dar fôlego à companhia e reduzir seu endividamento, hoje em 4,2 vezes para algo mais próximo de 2,5.
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Natalia Viri
Editora do EXAME INJornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.