A temperatura da venda da Linx pela Stone
Totvs está avaliando o ativo, mas conversas ainda estão mornas; há outras propostas não vinculantes na mesa
Natalia Viri
Editora do EXAME IN
Publicado em 26 de novembro de 2024 às 15:06.
Última atualização em 26 de novembro de 2024 às 15:07.
O processo de venda da Linx pela Stone está caminhando, com algumas propostas não vinculantes na mesa e interessados ainda se engajando no processo. O deadline para recebimento de ofertas para a próxima fase ainda não se encerrou.
Com R$ 5 bilhões em caixa e um programa recente de R$ 2 bilhões em recompra de ações, a empresa de maquininhas não tem pressa para vender o ativo – e está mais interessada em conseguir um bom acordo para sair do negócio.
A Totvs, por enquanto, está avaliando no ativo, mas não colocou uma proposta, sequer indicativa, na mesa. Em fato relevante publicado na manhã de hoje, a empresa frisou que não fez nenhuma oferta e ainda está avaliando se entrará no processo competitivo.
SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT no seu Whatsapp
A empresa de softwares é vista pelo mercado como uma das candidatas mais óbvias já que competiu com a Stone pelo ativo em 2021.
Mas, segundo apurou o INSIGHT, demorou a entrar nas conversas e assinar os documentos de não-disclosure para ter acesso a dados mais granulares da Linx.
Morgan Stanley e JP Morgan são os assessores da Stone para a venda da Linx, mas a verdinha contratou um advisor exclusivo apenas para tratar com a Totvs, dada as sensibilidades que podem advir da negociação.
A princípio, a Stone quer vender a Linx com um contrato exclusivo de distribuição para serviços financeiros, de modo a manter a sua estratégia de cross-sell, o que dificultaria uma negociação com a empresa fundada por Laércio Cosentino, que possui uma parceria com o Itaú.
“Mas, na prática, é tudo negociável e depende de valuation”, pondera uma das fontes.
A Stone vem frisando que pretende vender o ativo a um valor próximo da compra, de R$ 6,7 bilhões – mas, no mercado, a percepção é que, no atual cenário, um desconto relevante é mais provável.
Quem tem demonstrado um bom engajamento no processo é a canadense Constellation, ainda de acordo com os interlocutores contatados pela reportagem, sem cravar se uma das propostas é realmente da companhia.
“A Constellation é uma empresa de softwares, que tem uma agenda de M&A muito clara, e quer entrar mais forte na América Latina. Eles valem mais de US$ 50 bilhões na bolsa americana e, portanto, ao menos em teoria, tem mais poder de fogo para fazer uma aquisição que avalie bem a Linx”, diz uma das fontes.
Fundos de private equity, como a Advent, também estão avaliando o ativo.
O Broadcast, da Agência Estado, noticiou ontem que havia seis propostas na mesa, entre elas a da Totvs. A notícia ajudou a impulsionar os papéis da Stone, que subiram mais de 5% no último pregão. Hoje, as ações negociam de lado.
Procurada, a Stone disse que não comenta rumores de mercado.
Saiba antes. Receba o Insight no seu email
Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade
Acompanhe:
Natalia Viri
Editora do EXAME INJornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.