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Twitter já vale um quarto do pago por Musk – e o Linkedin está aproveitando o vácuo

Com debandada de anunciantes, X vale 28% do valor pago há pouco mais de um ano, nas contas da Fidelity

Musk: entre muitas polêmicas, valuation da X holdings cai a cada novo cálculo da Fidelity (Emin Sansar/Getty Images)
Musk: entre muitas polêmicas, valuation da X holdings cai a cada novo cálculo da Fidelity (Emin Sansar/Getty Images)

Publicado em 2 de janeiro de 2024 às 20:42.

Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 12:14.

Envolto em polêmicas desde a compra por Elon Musk há pouco mais de um ano, o X, antigo Twitter, vale pouco mais de um quarto do valor pago pelo bilionário – pelo menos nas contas da Fidelity.

A gestora, que ajudou a financiar parte dos US$ 44 bilhões pagos na época, cortou em 19% o valuation de sua (pequena) fatia no X em seu balanço trimestral, referente a novembro e apresentado em 30 de dezembro (a publicação dos dados acontece com um mês de defasagem).
A participação passou a US$ 5,6 milhões, 72% menos do que em outubro de 2022, quando a aquisição foi concluída, de acordo com dados da Bloomberg – que usa, inclusive, o valuation da Fidelity para calcular a fortuna de Musk em seu índice de bilionários.

O X é uma empresa de capital fechado, mas o próprio Musk já reconheceu que pagou caro demais pela rede. Em maio ele disse que a empresa valeria metade do que ele pagou.
O corte mais recente da Fidelity vem num momento de polêmica renovada no X. Em novembro, a empresa, que já vem enfrentando uma fuga maciça de anunciantes, sofreu uma onda de boicotes após Musk ter feito comentários considerados antissemitas.

Ao comentar o episódio num evento do The New York Times, o fundador da Tesla mandou os ex-anunciantes – um grupo que inclui nada menos que Apple, Disney e Walmart – “irem se fod**”. “Não tenho problema em ser odiado”, acrescentou.

A Fidelity não informa como chega ao valuation – e nem se tem acesso completo aos balanços financeiros da empresa para fazer essa avaliação, diz a Bloomberg. Mas Musk, sempre via Twitter, já afirmou que a receita com publicidade chegou a cair 60% nos Estados Unidos em setembro.
Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmam que o faturamento com propagandas – que responde historicamente por cerca de 75% do total – está na casa dos US$ 600 milhões por trimestre, contra US$ 1 bi antes da aquisição.

O plano de Musk era aumentar a participação de outras linhas de receita, em especial a de assinantes do X Premium, mas, ainda de acordo com a Bloomberg o serviço tem pouco mais de 1 milhão de assinantes em todo o mundo e está longe de compensar a queda dos anunciantes.

Enquanto isso, outras plataformas tentam capturar parte do vácuo deixado pelo antigo Twitter. Em um painel de marketing no mês passado, porta-vozes do LinkedIn disseram às marcas que elas poderiam "trabalhar com um parceiro que respeita o mundo no qual você opera", conta o Financial Times.

As receitas anuais de publicidade da rede social voltada para a vida profissional e pertencente à Microsoft atingiram quase US$ 4 bilhões em 2023, um aumento de 10,1% em relação ao ano anterior, segundo estimativas do grupo de pesquisa Insider Intelligence. A empresa agora prevê um crescimento de 14,1% em 2024.
A rede social tem buscado maneiras de segmentar melhor seus 1 bilhão de usuários e está construindo um feed mais semelhante ao das outras redes. Isso vem atraindo usuários que compartilham conselhos de carreira, análises de executivos e diversos outros tipos de conteúdo viral.

Ao jornal britânico, executivos de agências de marketing e profissionais da indústria publicitária disseram que os preços dos anúncios no LinkedIn - vendidos por leilão e, portanto, definidos pela demanda de mercado - estavam aumentando, puxados pelo interesse dos anunciantes. Em alguns casos, os preços aumentaram até 30% no último ano, disse um executivo.

Mas o LinkedIn ainda é pequeno em anúncios quando comparada às concorrentes. Responde por apenas 1,5% dos gastos com publicidade digital das marcas nos Estados Unidos, segundo a Insider Intelligence. Google e Meta ficam com 27% e 21%, respectivamente.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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