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Stone: 2tri supera projeções e companhia planeja volta ao crédito em 2023

Após consolidar expansão de receita e margem e reforçar time, companhia prepara novidades para 2023

Stone: base de usuários ativos de serviços de banking cresce 55%, com expansão de margem (Stone/Divulgação)
Stone: base de usuários ativos de serviços de banking cresce 55%, com expansão de margem (Stone/Divulgação)
GV

Graziella Valenti

18 de agosto de 2022 às 17:22

Depois de um 2021 tumultuado, a Stone (STNE) mais uma vez entregou um resultado acima das expectativas. A companhia bateu as projeções que havia dado aos investidores. “Estamos em uma trajetória consistente de crescimento e de recuperação dos números da companhia, com sólida evolução da margem”, afirma Thiago Piau, CEO da companhia, em entrevista ao EXAME IN.  

O lucro antes de impostos alcançou R$ 107 milhões, uma expansão de 29% em relação aos três primeiros meses deste ano e 19% acima da expectativa anunciada anteriormente. Com isso, a margem nesse período passou de 4% para 4,6%. “O resultado cresceu de forma consistente e vamos seguir aumentando a alavancagem de receita, mantendo a disciplina em custos e despesas”, destaca o executivo. Por isso, para o terceiro trimestre, a estimativa da empresa é alcançar R$ 125 milhões nessa linha.

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A receita líquida alcançou R$ 2,3 bilhões e ficou 5% do teto das expectativas. Em igual período de 2021, a receita líquida ficou em R$ 613 milhões, após o impacto de quase R$ 400 milhões pelas provisões relacionadas à operação de crédito. O desdobramento dos números mostra que, no comparativo anual, a receita de serviços financeiros mais do que dobrou, somando R$ 1,9 bilhão, e a frente de software teve expansão de 23%, para R$ 351 milhões. A projeção da Stone é que a receita chegue a R$ 2,4 bilhões, no intervalo de julho a setembro.

O Ebitda do segundo trimestre alcançou, pela primeira vez, a casa do bilhão em um período de três meses e somou R$ 1,02 bilhão, com aumento de 32% na comparação com intervalo de janeiro a março de 2022 — em 2021, foi negativo devido às provisões relacionadas ao crédito. A margem somente da operação de serviços financeiros, nessa mesma comparação trimestral, evoluiu de 45% para 52%. Em softwares, a evolução foi de 12,3% para 15,3%.

O valor total transacionado (TPV) na plataforma da companhia alcançou R$ 91 bilhões, uma expansão de 50% na base anual. Considerando o core business do negócio, o segmento de micro, pequenas e médias empresas (MPME), esse montante chegou a R$ 70 bilhões no segundo trimestre, também acima do ponto alto das estimativas e com expansão de 78%, ano contra ano. Nos números dos próximos três meses, a companhia acredita que esse valor, para MPME, deve ficar entre R$ 73 bilhões e R$ 74 bilhões.

A base de clientes da empresa seguiu em expansão e chegou à marca de 2 milhões. A combinação de crescimento com esforço de rentabilidade é o que explica os avanços em receita e margens. O take rate teve nova alta, porém mais suave, de 2,06% para 2,09% na comparação trimestral. No quarto trimestre de 2021, foi de 1,71%.

Para o próximo trimestre, Piau afirma que a expansão do take rate deve ser maior do que a registrada nesse período. “Nós somos uma ponta que traduz para o varejo o aumento de juros do país. Tentamos ser mais suaves no segundo trimestre, para não impactar base. Mas já fizemos recentemente um movimento de preço mais intenso”, conta ele, que reforça a estratégia de usar preços dinâmicos, para equilibrar o valor gerado para o cliente e as margens da empresa.

Uma das frentes que mais cresce dentro da Stone é de soluções bancárias. O total de clientes ativos chegou a 526,1 mil no terceiro trimestre, uma expansão de 55%. Além disso, a receita média por cliente ativo avançou 17% na comparação trimestral, para R$ 39 mensais. A margem de lucro antes de imposto nesse segmento evoluiu de 3,8% para 4,3%, nessa comparação.

Desde que tomou um tombo com as operações de crédito, o que abalou o valor de mercado da empresa e a confiança dos investidores, a Stone colocou todos os esforços na gestão da situação e no reforço das operações. Sete novos diretores foram chamados para a companhia, inclusive com a criação de novas áreas. Rodrigo Cury é um desses exemplos. O executivo saiu do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) para assumir a frente de “banking” da companhia, que cresce a passos largos.

A Stone registrou um total de R$ 2,3 bilhões em depósitos no terceiro trimestre, uma expansão de 170% na comparação com igual período de 2021 – bem acima do crescimento da base de clientes, o que traduz o potencial de monetização do negócio.

Mas Cury não chegou sozinho. No total, são sete novos executivos de peso na companhia, em diferentes frentes. “Estamos muito contentes de conseguir misturar a experiência dos profissionais que estão chegando e, ao mesmo tempo, conseguir preservar a cultura do negócio”, diz Piau. A lista de novos nomes, adicionados ao time em 2022, tem ainda: Sandro Bassili, na gestão de pessoas; Joao Bernatt,  como CIO; Marcos Fontoura, na posição de CTO; Tatiana Malamud, que assume a frente jurídica como CLO; Gregor Ilg, como líder de crédito, e Silvio Morais, como CFO.

O mercado está ansioso para saber os planos da companhia para crédito, após o susto em 2021. Piau conta que há novidades ligadas tanto a cartão de crédito como crédito para o começo de 2023, mas sem dar detalhes. "Estamos tentando falar menos e entregar mais." Contudo, para quem aguarda as novidades, elas já têm data: começo, bem comecinho, do próximo ano. Tudo que se sabe sobre isso é que a empresa prometeu voltar de forma cautelosa e mais em produtos com garantias atreladas.

Software

Desde que comprou a Linx, uma ansiedade do mercado é ver a integração e evolução do negócio. No segundo trimestre, a Stone conseguiu entregar uma expansão de 23% na receita líquida, na comparação anual, para R$ 351 milhões. O Ebitda cresceu em maior ritmo, de 32%, para R$ 53,2 milhões. “É preciso lembrar que em software, com a Linx, o market share é maior do que o de Stone, em serviços financeiros”, comenta o CEO do grupo, para explicar a taxa de expansão – mesmo grande – mais modesta que o consolidado da companhia.

 

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