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Fundo Verde

Por que o Verde voltou a apostar no real

Fundo da gestora de Luis Stuhlberger aproveitou o avanço do Ibovespa em novembro e o rali internacional para embolsar ganhos

Fichas no real: balança comercial é uma das razões por trás da melhora estrutural observada pela gestora (Germano Lüders/Exame)
Fichas no real: balança comercial é uma das razões por trás da melhora estrutural observada pela gestora (Germano Lüders/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

11 de dezembro de 2023 às 18:00

Depois de ganhos com ações em novembro o fundo Verde, da gestora de Luis Stuhlberger, resolveu mudar as apostas e colocou mais fichas no real. Em novembro, o Verde aproveitou a alta de 12,5% do Ibovespa e o rali internacional para realizar lucro.

Reduziu tanto sua exposição em ações no Brasil quanto no exterior e manteve sua posição aplicada em juros reais no país. Mas o que chama a atenção na carta do Verde é que a decisão de ficar comprado no real contra o dólar, “por acreditar que uma melhora estrutural ocorreu ao longo de 2023 e talvez não tenha sido adequadamente percebida pela maioria dos analistas.”

Parte dessa melhora estrutural vem dos recordes na balança comercial brasileira. Em novembro, o saldo acumulado em 12 meses superou os US$ 90 bilhões, o maior da história. E, embora as previsões para 2024 sejam de moderação, a Verde acredita que os resultados recentes apontam para a direção oposta.

Para a gestora, a manutenção desse novo patamar, próximo a US$ 100 bilhões (o dobro do pré-pandemia), é um fator relevante na determinação da taxa de câmbio. O texto cita, por exemplo, o fato de que o preço dos produtos exportados, apesar de terem caído, já se estabilizaram, enquanto os importados seguem recuando, o que melhora os termos de troca. E acredita ser pouco provável uma mudança desse cenário.

A tese, porém, não se limita à evolução preços, que “conta parte, mas não toda a história”. É preciso olhar para os produtos que mais ganharam espaço na pauta exportadora: petróleo e soja. Ambos passaram por a uma onda de investimentos, que parece produzir ganhos estruturais, segundo a gestora.

“Não podemos garantir, mas não dá para descartar a hipótese de que a balança é de alguma forma antecedente de ventos ainda mais favoráveis vindos de fora, que ficarão mais evidentes quando os juros americanos começarem a cair”, diz a carta.

O fundo segue com posição comprada na rúpia indiana ante o renminbi chinês e aumentou posição no peso mexicano. Também zerou posições aplicadas na parte longa da curva nos EUA, mas continua aplicado no juro real americano.

Em novembro, o fundo Verde teve alta de 2,91% e acumula valorização de 10,85% no ano, ficando atrás da alta acumulada de CDI, de 12,04%.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado